Simplicidade ajuda conscientizar alunos
Materiais recicláveis são ferramentas para reflexão sobre o uso do solo
Deivid Souza
Garrafas pet, caixas de papelão, solo e muita ciência. É assim que o Projeto Solo na Escola tem atuado para levar conscientização sobre a importância de cuidar do solo. Mais de 300 alunos já passaram pela iniciativa em Goiânia, Cidade de Goiás e Mambaí.
Os olhos curiosos e ouvidos atentos são a oportunidade que a coordenadora do projeto, Renata Santos Momoli, tem para explicar sobre vários aspectos do solo como: funções, formação, processos de evolução e impactos da degradação. Os materiais simples mencionados no início do texto permitem que os experimentos demonstrem, por exemplo, diferenças significativas da infiltração da água e processos erosivos em um solo com cobertura vegetal e um desprotegido.
“Temos como objetivo divulgar a importância do solo, sobre a fragilidade e motivar os alunos a serem vetores dessa informação para conseguir transformar a realidade, onde a se observa que existe degradação do solo”, acrescenta Momoli.
O modelo deixa curiosos os alunos. O estudante do 6º ano da Escola Municipal Demetrio Zanqueta, no Setor Pedro Ludovico, Marcos Antônio dos Santos Bueno, 11, quase não piscava os olhos durante a demonstração. “Eu achei legal. Eu aprendi que quando o solo se mistura com a água, por exemplo, a areia da praia, a água sai rápido, a areia não retém água”, explica.
“É muito interessante os modelos. É importante eles conhecerem para poder conservar”, considera a agente educacional, Ione Carneiro de Mesquita. Adoção de comportamento sustentável, essa é a promessa do colega de Marcos, Faberson Quirino Soares, 11. “A professora falou da importância do solo, e que sem ele não teríamos alimento nem água”, alerta.
Para a estudante, Luciana Rodrigues Santos, 12, os conhecimentos são importantes na prevenção de desastres naturais em áreas urbanas. “Eu aprendi que quando chove, se tiver plantas na superfície, a água vai toda cair a vai indo embora aos poucos, se não tiver (for impermeabilizado) a água vai inundar a cidade”, afirma.
Multiplicação
Um dos objetivos da iniciativa é que esta possa ser replicada por professores da rede pública de ensino a partir da multiplicação do conhecimento. “Tudo que a se usa é a base de papelão, caixa de madeira, garrafa pet. O próprio material objeto de estudo é o solo, que está acessível a qualquer lugar a seu redor”, explica Momoli.
Os experimentos simulam situações ambientais reais como a diferença no tempo de infiltração da água no solo de acordo com as características desse, bem como a perda de solo quando não há proteção vegetal, por meio de processos erosivos.
UFG
O projeto é desenvolvido pela Universidade Federal de Goiás (UFG), os modelos didáticos são elaborados pelos alunos de graduação e pós-graduação do Instituto de Estudos Socioambientais (Iesa) e da Escola de Agronomia da Universidade. De acordo com a coordenadora, projetos similares já funcionam em outras universidades do Brasil.