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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
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aposentadoria

Pesquisa da CNI indica que maioria dos brasileiros apoia mudanças na Previdência

Para 60% dos entrevistados, não é justo que alguns grupos se aposentem seguindo regras diferenciadas, como idade menor ou menos tempo de contribuição

Postado em 18 de maio de 2016 por Redação
Pesquisa da CNI indica que maioria dos brasileiros apoia mudanças na Previdência
Para 60% dos entrevistados

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgou nesta quarta-feira (18) pesquisa para mostrar que 65% dos brasileiros concordam com a idade mínima para aposentadoria. A pesquisa indicou também um crescimento no número de brasileiros que apoiam a reforma, com equiparação do tempo de contribuição para todos os brasileiros. Dos entrevistados, a pesquisa mostra que 75% preferem mudanças nas regras da aposentadoria para garantir a sustentabilidade do regime.

Chega a 65% o percentual dos que apoiam mudanças na idade mínima para aposentadoria por tempo de contribuição e 72% defendem a equiparação das regras para todos os trabalhadores.

De acordo com confederação, a pesquisa, realizada em parceria com o Ibope Inteligência, mostrou que está aumentando o apoio popular para que as aposentadorias ocorram em idades cada vez mais avançadas. Conforme a CNI, em 2007 31% dos entrevistados diziam que os trabalhadores deveriam se aposentar com mais de 55 anos. Na pesquisa atual, o percentual subiu para 48%. A parcela dos que entendem que a aposentadoria deve ocorrer depois dos 60 anos subiu de 8%, em 2007, para 17%.

Para 60% dos entrevistados, não é justo que alguns grupos se aposentem seguindo regras diferenciadas, como idade menor ou menos tempo de contribuição. Outra dado da pesquisa revelou que a diferenciação entre profissionais do mesmo sexo também deve ser extinta.

A CNI informou ainda que, para 40% dos entrevistados, o valor pago às pessoas que se aposentam mais cedo deve ser menor do que para as pessoas que se aposentam mais tarde. Em 2014, o percentual era de 29%.

Outro dado da pesquisa indicou que 47% dos entrevistados acreditam que os brasileiros se aposentam mais tarde que os trabalhadores de países desenvolvidos, contra 26% que acreditam que é mais cedo ou com a mesma idade.

O chefe da Unidade de Política Econômica da CNI, Flavio Castelo Branco, inrormou que a pesquisa destacou uma tendência, mas tem certas incoerências, pois a população não percebe o que regime diferenciado nas aposentadorias representa um custo para a sociedade. “A maioria concorda que a Previdência deve ser igual para todos, mas, de certo modo, ainda aceitam alguma diferenciação e isso impõe custos para a sociedade. É normal porque é uma questão bastante complexa”, acrescentou. 

A indústria é um dos setores que defende que a reforma do sistema previdenciário, com a criação de uma idade mínima para aposentadorias por tempo de contribuição e de isonomia entre trabalhadores, é decisiva para equilibrar as contas públicas, uma vez que está havendo um envelhecimento da população.

Agenda Brasil

Para a CNI, a aposentadoria precoce contribui para aumentar o rombo do sistema, que, somando o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) com a previdência dos servidores públicos civis e militares da União, terá um déficit que deve chegar a R$ 200 bilhões em 2016, de acordo com inormações do Tribunal de Contas da União (TCU).

A CNI pede ainda desvinculação do valor dos benefícios previdenciários do salário mínimo e a diferenciação do piso dos benefícios previdenciários do piso dos benefícios assistenciais.

Os números da pesquisa da CNI sobre a Previdência fazem parte de um grupo de 36 propostas apresentadas pelo setor para tirar o país da recessão. Também foram incluídos na chamada Agenda para o Brasil sair da crise 2016-2018, entregue ao presidente interino Michel Temes.

A agenda contém outras sugestões, como a reforma na legislação trabalhista, de tributação e o aumento das concessões em infraestrutura, avanços na área de comércio exterior e melhores condições de crédito para as empresas. A CNI disse acreditar que, com a adoção dessas iniciativas, os empresários recuperarão a confiança para voltar a investir.

Na pesquisa sobre a Previdência foram entrevistadas 2.002 pessoas em 143 municípios entre 04 e 07 de dezembro de 2015. O diretor de Politicas e Estratégia da CNI, José Augusto, afirmou que a pesquisa só foi divulgada agora por falta de recursos para publicação  e das férias de fim de ano.

Outra fator que pesou foi que a Confederação preferiu não divulgar os números durante a análise do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para José Augusto, a divulgação agora é útil para a compreensão da Previdência Social.

“O Brasil mudou. As pessoas têm mais expectativa de vida e isso explica um impacto fiscal dramático para a Previdência, que já tem um déficit hoje e terá um maior no futuro. Se não garantirmos a solvência da Previdência, o que aconteceu na Grécia, no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul poderá ocorrer com todos nós no futuro”, concluiu o diretor. (EBC) (Foto: Marcos Santos/USP Imagens)

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