Campanha nos EUA na mira de ciberataques
Corrida presidencial deve receber ainda mais ataques à medida em que a campanha progrida e fique mais intensa
As campanhas dos possíveis candidatos às eleições presidenciais nos Estados Unidos são atualmente alvo de ciberataques. A afirmação é do coordenador dos serviços secretos norte-americanos, James Clapper, que admitiu, durante uma conferência sobre cibersegurança em Washington, a intensificação deste tipo de ações com o progredir da campanha.
Sem dar detalhe sobre a origem dos ataques, Clapper disse que este tipo de ameaça “provavelmente” vai ocorrer com mais frequência à medida em que a campanha progrida e fique mais intensa.
Segundo o coordenador, o Departamento de Segurança Interna e a polícia federal norte-americana (FBI) fazem o que podem para informar aos dois grandes partidos em campanha – Republicano e Democrata – “sobre as possíveis ameaças cibernéticas”.
James Clapper disse que, durante a campanha para as eleições que ocorrem no dia 8 de novembro, os dois principais candidatos – Donald Trump, o único nome e o mais provável candidato do partido republicano; e Hillary Clinton, atualmente a candidata mais votada para a nomeação democrata; – receberão as mesmas informações.
“Vamos informar [os candidatos] sobre a nossa análise de ameaças no mundo e vamos fazer isso de forma igual”, disse James Clapper.
Tradicionalmente, os serviços de informações norte-americanos começam a informar os candidatos à presidência sobre ameaças que pesam sobre os Estados Unidos a partir do momento em que estes são oficialmente designados pelos respectivos partidos.
Alguns analistas têm manifestado preocupação sobre a transmissão de informações mais sensíveis a Trump, que sugeriu, entre outras medidas, fechar as fronteiras norte-americanas a todos os muçulmanos. O provável candidato presidencial republicano, o multibilionário Donald Trump, é conhecido por fazer declarações polêmicas e imprudentes.
Para outros, estes briefings podem ser uma oportunidade para o multibilionário ver o impacto de algumas das suas declarações na opinião internacional. James Clapper esclareceu que estas apresentações “não são feitas para influenciar a visão do mundo” dos candidatos, frisando ainda que os candidatos não têm acesso à mesma informação detalhada que é transmitida ao Presidente do país.
Isso só irá acontecer após a eleição, no período entre o escrutínio e a tomada de posse efetiva, segundo Clapper, que coordena as 17 agências norte-americanas de serviços de informações. (Agência Brasil)