Restrição a bares causa prejuízos em Aparecida
Fechamento de bares até meia noite em Aparecida causa queda no movimento, demissões
RHUDY CRYSTHIAN
A medida que determina o cumprimento do Código de Posturas de Aparecida de Goiânia que limita os horários de funcionamento dos bares, distribuidoras de bebidas e outros estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas tem preocupado empresários da cidade. Eles reclamam de fuga da clientela, queda no movimento e demissões de trabalhadores.
A argumentação é de que em alguns casos, estabelecimentos têm se tornado pontos de tráfico de drogas. A orientação das autoridades é de fiscalizar, principalmente aquelas que não possuem licença para funcionamento depois da meia noite e que não possuem nenhum alvará ou autorização para estar com as portas abertas. O código de posturas da cidade determina que o estabelecimento funcione até as 18 horas com possibilidade de liberação de licenças até meia-noite.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de Goiás (Abrasel-GO), acompanha o debate de perto. Mas a entidade argumenta que não foi consultada nem convidada para as audiências públicas para debater o tema. Dentro da própria Câmara de Vereadores de Aparecida existem parlamentares contra e favoráveis à medida.
Mas a regra, apesar de ser considerada legítima, se tornou uma medida arbitrária, pois mexeu no movimento dos estabelecimentos e, consequentemente, na renda dos empresários. O dono de um estabelecimento na região da Vila Brasília, Ronaldo Pereira Aguiar, explica que a medida começou a ganhar força há 15 dias e pegou muitos donos de bares de surpresa.
Segundo ele, a fiscalização, feita pela Polícia Militar (PM), chega e manda fechar depois da meia noite. “Na última abordagem ainda estava atendendo dez mesas e tive que encerrar as atividades. É prejuízo porque no meu bar a maior movimentação é depois da meia noite”, pontua.
Por conta do cumprimento da regra, ele já registrou uma queda de quase a metade do fluxo de clientes. Teve que demitir uma cozinheira e se prepara para dispensar mais um funcionário. “Não dá para manter as despesas com esse horário restrito”, reclama. Ele já colocou o estabelecimento à venda devido à queda na movimentação.
Outra empresária, que preferiu não se identificar, é proprietária de uma distribuidora de bebidas que serve churrasquinho a noite. “A clientela sempre decide tomar uma ‘cervejinha’ depois da janta, mas com essa restrição ficou difícil atender a todos a tempo”.
Concorrência
Ela trabalha com o marido e toda a renda da família é vinda da distribuidora, o casal está preocupado com a fiscalização e com a fuga da clientela para Goiânia. “É estranho ter que fechar as portas e olhar para o outro lado da rua e ver seu concorrente podendo trabalhar livremente”. O estabelecimento fica na região da rodovia que divide Goiânia de Aparecida, próximo ao setor Garavelo.
A prefeitura explica que a fiscalização está sendo intensificada e que o código de postura será seguido. “A regulamentação existe desde 1988, mas não era aplicada. A meta agora é colocar a restrição em prática para tentar conter a onda de criminalidade”, explica a secretária de Regulamentação Urbana e Rural de Aparecida, Cilene Alves.
Procon de Aparecida apreende produtos vencidos
O Procon de Aparecida de Goiânia apreendeu quatro mil produtos com a data de validade vencida ou fora do padrão de qualidade, em estabelecimentos de revenda de bebidas no município. A maioria dos itens é de cerveja, mas também foram retirados dos estoques dos 84 estabelecimentos vistoriados refrigerantes, bebidas destiladas e sucos de frutas industrializados.
A operação, que teve início no dia 23 de maio termina hoje e pretende retirar de circulação produtos impróprios para o consumo. Segundo o Procon, 16 dos 84 comércios vistoriados, em sua maioria distribuidoras de bebidas, apresentaram irregularidades e foram autuados. A multa pode variar entre R$ 1,2 mil e R$ 5,4 mil.