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segunda-feira, 2 de setembro de 2024
Referendo

Britânicos estão divididos sobre participação na União Europeia

Eleitores vão às urnas para decidir se Reino Unido permanece ou deixa a União Europeia

Postado em 22 de junho de 2016 por Sheyla Sousa
Britânicos estão divididos sobre participação na União Europeia
Eleitores vão às urnas para decidir se Reino Unido permanece ou deixa a União Europeia

De hoje até amanhã, os britânicos vão às urnas votar no referendo Brexit, que vai decidir se o Reino Unido permanece ou não na União Europeia (UE). O resultado deve ser divulgados nas primeiras horas do dia seguinte. O nome Brexit faz referência ao termo exit (saída em inglês) e as iniciais de Britain (Grã-bretanha).

Há tão pouco tempo do referendo, a disputa entre os que querem que o país fique e os que que querem deixar a UE é acirrada. Pesquisas de opinião que estão sendo feitas no país apresentam resultados controversos.

De acordo com uma sondagem realizada pelo site britânico YouGov, 42% dos entrevistados querem permanecer no bloco europeu, enquanto 44% apoiam a saída da UE. Outro estudo de opinião, da agência Survation, mostra tendência inversa: 45% dos entrevistados são a favor de permanecer no bloco, contra 44% dos que defendem a saída. Os demais estão indecisos.

No último domingo (19), foram publicados os resultados de uma pesquisa encomendada pelo jornal The Independent. De acordo com o periódico, 44% dos entrevistados disseram que ficariam “muito satisfeitos” com a saída da UE, enquanto apenas 28% afirmaram sentir o mesmo sobre permanecer na UE.

Em fevereiro, quando anunciou o referendo, o primeiro-ministro britânico, David Cameron, confirmou que a posição oficial do governo britânico será defender a continuidade do país.

Divididos

Para alguns analistas, o assassinato da deputada Jo Cox, defensora dos direitos dos migrantes e refugiados e da permanência do Reino Unido na União Europeia, pode contribuir para aumentar o apoio à permanecia do país na UE. Ela foi assassinada na quinta-feira da semana passada, a tiros e facadas, por um nacionalista xenófobo com supostas ligações a grupos neonazistas em Birstall, no Norte de Inglaterra.

O discurso contra políticas de acolhimento a refugiados tem sido usado frequentemente para engrossar o coro dos que pretendem deixar a UE. Tanto que Nigel Farage, líder do partido anti-imigração UKIP e um dos grandes defensores do Brexit, se viu envolvido em uma polêmica após utilizar uma fotografia de imigrantes em sua campanha. Diversas pessoas, através das redes sociais, apontaram as semelhanças entre a fotografia escolhida por Farage e uma imagem de propaganda nazista divulgada em um documentário da BBC.

Já do lado dos que defendem a permanência na União Europeia, os discursos focam o impacto econômico de uma eventual saída do bloco, lembrando que, após a decisão, não há como voltar atrás. David Cameron e o seu ministro das Finanças, George Osborne, reforçaram os alertas.

Economia

A saída de um país da UE está prevista no Artigo 50º do Tratado de Lisboa, de 2009, que afirma que “qualquer Estado-Membro pode decidir, em conformidade com as respectivas normas constitucionais, retirar-se da União Europeia”.

George Soros, investidor húngaro nacionalizado americano que fez fortuna investindo contra a libra esterlina nos anos 1990, afirmou ontem, para o jornal The Guardian, que uma eventual saída do bloco europeu terá “sérias consequências” para o emprego e para as finanças do país.

Ele afirmou que caso a saída do bloco vença, a libra deve cair vertiginosamente, uma queda de pelo menos 15% mas que poderá ultrapassar os 20%, ficando abaixo dos US$ 1,15 contra os atuais US$ 1,46.

“Um voto a favor do Brexit faria algumas pessoas muito ricas, mas a maioria dos eleitores ficaria consideravelmente mais pobre. Eu quero que as pessoas saibam quais são as consequências de sair da UE antes de votar, e não depois. Sair da UE não só afetaria o preço da moeda britânica como teria igualmente um impacto imediato nos mercados”, disse. (Agência Brasil)

 

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