EUA: Funcionários do Departamento de Estado sugerem ataques contra a Síria
Cerca de 50 funcionários do Departamento de Estado assinaram uma carta, destinada ao uso interno, pedindo bombardeios contra as forças de Damasco
Funcionários do Departamento de Estado dos Estados Unidos,
em carta aos diretores do órgão, propuseram realizar ataques contra as tropas
governamentais da Síria, informou o jornal The New York Times, que teve acesso
ao documento.
Semana passada, veio a público o fato de que cerca de 50
funcionários do Departamento de Estado assinaram uma carta, destinada ao uso
interno, pedindo bombardeios contra as forças de Damasco. A carta diz que esse
é o único modo de combater o Estado Islâmico, bem como de alcançar a paz na
Síria. O porta-voz do órgão, John Kirby, confirmou o fato, mas não revelou
detalhes e disse que a carta ainda está sendo estudada.
“Consideramos sensato um papel militar mais ativo dos
Estados Unidos na Síria, com base em uso racional de armamentos à distância e
de armamentos por ar, o que poderia colaborar para promoção de um processo
diplomático mais direcionado e mais agressivo sob a coordenação dos EUA”, diz
um dos trechos da carta.
Dez pontos
A carta interna dos funcionários do Departamento de Estado
lista dez pontos. Para cada um deles, há uma argumentação que fundamenta a
necessidade de atacar o governo da Síria para interrupção do conflito no país,
solução de problemas humanitários, retorno dos refugiados e combate ao Estado
Islâmico.
Segundo a lógica do documento, o ataque norte-americano
contra as tropas sírias interromperia seus combates com as forças da oposição
que, por sua vez, se concentrariam no combate ao Estado Islâmico.
O jornal norte-americano foi bastante crítico à proposta e
todos os especialistas consultados pela publicação apontaram para o grande
risco de que os grupos de oposição entrem em conflito para alcançar o poder, em
vez de combater o terrorismo, repetindo o cenário deixado pelos Estados Unidos
no Afeganistão. (Agência
Brasil)
Foto: Reprodução
(Brian Caracci/United States Navy, via European Pressphoto Agency / The New
York Times)