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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
Operação Calçada Limpa

Ambulantes permanecem na 44 mesmo após reforço da fiscalização

Apesar do reforço da fiscalização, comerciantes ilegais alegam não ter para onde ir.

Postado em 23 de julho de 2016 por Sheyla Sousa

MARDEM COSTA JR.

Mesmo com o reforço da fiscalização a partir da deflagração da Operação Calçada Limpa desde a última terça-feira na Rua 44 e adjacências, os vendedores ambulantes continuam agindo livremente na região. A reportagem de O HOJE esteve ontem no local e constatou a presença de pelo menos quatro vendedores ambulantes no passeio público, apesar das rondas da Guarda Civil Metropolitana (GCM) e da atuação dos fiscais da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano e Habitação (Seplanh). Até o momento foram expedidos 39 autos de apreensão e os produtos apreendidos estão sendo armazenados num depósito.

A operação tem com o objetivo de desobstruir as calçadas das vias das redondezas, um dos mais importantes pólos comerciais de Goiânia, que constantemente estão bloqueadas por bancas improvisadas de roupas, comida, entre outros. O procedimento, apesar de legal e importante no ordenamento urbano, contribuiu para tumultuar o ambiente, deixando-o tenso nos últimos dias entre os ilegais e os lojistas, com trocas de ameaças e acusações entre os grupos. 

Os comerciantes alegam que os vendedores ilegais promovem concorrência desleal e até mesmo afugentam os clientes. “Salvo quem está acostumado, as pessoas que não conhecem a dinâmica da 44 ficam intimidadas. Até mesmo a segurança fica comprometida com os ilegais, já que corre-corre quem garante que furtos não sejam realizados no calor da confusão”, questiona a lojista Marina Machado, que possui uma pequena loja numa galeria.

Por outro lado, os ambulantes reclamam da fiscalização, considerada por eles excessiva e discriminatória. A desconfiança é regra e, apesar da resistência inicial, um deles aceitou conversar com a reportagem. Cristiano (nome fictício), 26, comercializa calças jeans. Ele critica a postura dos comerciantes. “Há espaço para todos aqui. Não entendo o porquê deles quererem nos expulsar daqui. Para onde vamos, o que vamos fazer? Francamente, preferem o que? Pessoas trabalhando ou na rua, podendo roubar?”, desabafa.

Por meio de nota, a Associação Comercial Industrial e de Serviços do Estado de Goiás (Acieg) apoia a ação governamental “por viabilizar a passagem dos consumidores pelo local, e retirar as mercadorias ilegais de circulação, que atrapalham o negócio dos empresários que agem dentro da lei”. A entidade também aponta a necessidade de revitalização do entorno da Rua 44, “que vai gerar maior dinâmica econômica e mais conforto aos clientes”.

Reforço

O secretário Sebastião Ferreira Leite, da Seplanh, anunciou que a fiscalização será “diária, contínua e permanente”. Juruna, como é conhecido, salienta que as ações da pasta no sentido contarão com o apoio da Polícia Militar de Goiás (PM-GO) e Secretaria Municipal de Trânsito (SMT). “Fomos taxativos com eles: ou vão para a Feira da Madrugada ou disputam as vagas remanescentes da Feira Hippie. Podemos até criar uma área, mas não podemos mais tolerar a permanência irregular dessas pessoas”

O chefe de gabinete da Guarda Civil Metropolitana, Valdimir Passos, garante a manutenção do monitoramento. “Vamos apertar o cerco, diminuindo a possibilidade dos ilegais utilizarem brechas, como a troca de turno, para agirem. Não estamos sendo autoritários, como algumas pessoas supõem. Estamos apenas cumprindo a lei e esperamos que o rigor se reflita na melhoria da acessibilidade da região e da sensação de segurança”, pontua. 

 

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