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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Entrevista Vanderlan Cardoso

‘Marconi tem compromisso com a minha campanha’, diz Vanderlan

Sem o discurso de candidato independente, Vanderlan Carodoso (PSB) diz que Marconi Perillo e a militância do PSDB se comprometeram em se engajar na sua campanha pela conquista da prefeitura de Goiânia

Postado em 10 de agosto de 2016 por Renato
‘Marconi tem compromisso com a minha campanha’
Sem o discurso de candidato independente

Venceslau Pimentel, Rubens Salomão e Sara Queiroz

Sem o discurso de candidato independente, Vanderlan Carodoso (PSB) diz que Marconi Perillo e a militância do PSDB se comprometeram em se engajar na sua campanha pela conquista da prefeitura de Goiânia. Em entrevista ao O Hoje, o empresário não se furta de comentar as articulações que resultaram na aliança político-eleitoral formada por partidos da base de apoio do governo. Ele diz ver erro de Iris, após ter anunciado aposentadoria. Veja trechos da entrevista.

Durante a pré-campanha, você se colocou como candidato independente. Hoje o senhor fechou a aliança com o PSDB. Isso soma ou atrapalha?
Soma muito. O PSDB é um partido que tem história em Goiás. O governador está em seu quarto mandato e tem trabalho prestado em Goiânia. As grandes obras que têm sido entregues à população de Goiânia, a maioria é do governo. Tanto é que na indicação do nosso vice temos o vereador Thiago Albernaz, que apesar de sua pouca idade já é uma pessoa experiente e também neto de um dos grandes prefeitos de Goiânia, Nion Albernaz. Então agrega, ajuda e estou muito satisfeito com essa aliança com o PSDB e alguns partidos da base que compõe o governo do Estado.

O governador falou que essa aliança requer reciprocidade, ou seja, que a partir de agora o senhor defenda também ações e programas do governo. Isso vai acontecer?
Eu não brinco de fazer política, sempre fui respeitado pelas decisões que eu tomo. Hoje eu recebo apoio do governador, do PSDB e de alguns partidos da base, e você pode ter certeza que essa é uma união em prol de Goiânia, não é uma união para simplesmente esse ou aquele. Queremos resgatar Goiânia do caos em que ela se encontra hoje, e para isso, eu não vou brincar de receber apoio ou fazer política. Nós vamos, nesse projeto, em pouco tempo resgatar Goiânia.

Como fica seu discurso, já que o senhor foi oposição ao governo do Estado em duas campanhas estaduais?
Grande parte das minhas propostas, inclusive na área da segurança, falei que as ações que nós temos que tomar, como tomei em Senador Canedo, eu precisei da parceria do Estado, através das Polícia Militar e Civil, na implantação do serviço de inteligência. Então, da mesma forma para resolver problemas em Goiânia, eu vou precisar da parceria com o governo do Estado. Eu não vou jogar a responsabilidade de resolver os problemas da cidade para outro. Eu vou assumir as ações que devem ser tomadas em relação a segurança, saúde, criação de emprego e renda, elevar a autoestima das pessoas com as ações que vão ser implementadas.

Por exemplo, na saúde você defende OS’s?
Não, eu continuo da mesma forma. O meu pensamento é fazer uma gestão de parceria com a iniciativa privada, como hospitais, laboratórios, médicos, comprando o serviço pelo preço justo.

Não entregando as unidades a OS?
Não, de forma alguma. Quero deixar uma coisa bem clara: a conversa que eu tive com o governador, com o vice-governador, com a participação da senadora Lúcia Vânia, foi uma conversa republicana. Não teve faca no pescoço, não teve aquilo de em troca dos apoiadores nós termos que defender as OS’s, nada. Esse assunto nem foi tratado, porque o governador sabe a defesa que nós fazemos e já com experiência também em relação a saúde e outras propostas que estamos apresentando.

O que o senhor apresentaria já para a educação para Goiânia?
Na educação infantil há hoje uma deficiência muito grande de falta de vagas. A administração atual, em sua reeleição, prometeu fazer 81 CMEI’s para suprir essa demanda que hoje ultrapassa dez mil vagas, e entregou apenas 12 unidade. A educação infantil não é um investimento a curto prazo. Construir CMEI, equipar e colocar pessoas para trabalhar, isso é a médio e longo prazo, isso requer investimentos. Nosso projeto para atender essa demanda imediata é ampliar as parcerias com as creches já existentes, entidades filantrópicas.

Qual a importância de um vereador jovem da capital compondo a sua chapa
O jovem hoje está por dentro e antenado em todas as coisas. Eu tenho feito reuniões em todas as regiões, com participação maior dos jovens, tanto de perguntas como de sugestões. Por  que isso? Não é mais como na nossa época, em que nós não participávamos ou não nos interessávamos, porque não tínhamos informações como se tem hoje. O celular e as redes sociais fazem o acesso muito grande e com tudo isso que está acontecendo no país, a população resolveu participar, e os jovens estão querendo entender mais, porém não querem ser coadjuvantes. Querem dar sugestões e opiniões, e perguntam a nós se estamos capacitados a exercer esses cargos.

O senador Ronaldo Caiado falou que Iris Rezende voltou a disputa depois que viu que parte do PMDB estava negociando com o senhor. Você acha que esse foi realmente o verdadeiro motivo?
Na verdade eu acho que nenhum cidadão em Goiânia acreditou que o Iris não seria candidato, porque ele já é reincidente. Em outras vezes ele já voltou atrás. Então eu vejo como uma jogada infeliz de seus marqueteiros, porque isso trouxe descrédito à palavra dele. Como o povo vai acreditar que ele não é vai mais renunciar e voltar atrás?

Você fica numa situação desconfortável pelo PSDB ter primeiro tentado negociar com o PMDB e depois ter te procurado?
Eu vejo isso como amadurecimento da política goiana. Por exemplo, quando Ronaldo Caiado veio no projeto com Iris Rezende todo mundo ficou estarrecido. E depois o povo começou a entender. Esse é o amadurecimento e o ponto interessante da política. Um adversário de hoje pode ser um aliado de amanhã. Você não me vê terceirizando briga de ninguém, e por isso eu tenho uma facilidade de dialogar com todos. Não tenho problema com ninguém, tanto da oposição como da base. Agora eu sempre fui respeitado pelas decisões que eu tomo, e a partir da decisão a gente toma nosso caminho.

O governador, no final do segundo turno de 2014, elogiou sua posição de neutralidade. Tem muita gente dizendo que isso poderia ser indício das negociações de agora, tem algo de ligação?
Não fiz nada acordado ou premeditado. Eu não tinha condições nenhum para ir para uma campanha de segundo turno naquelas condições. Era minha segunda derrota para o governo do Estado. Eu não iria render nada apoiando qualquer um dos dois, porque eu mesmo estava desmotivado. Esse foi o real motivo.

Qual é o grau de comprometimento do governador de participar da sua campanha e qual a importância que se deve a participação dele?
O grau de comprometimento dele é total. Na reunião que nós tivemos a conversa foi de engajamento total, e para mim vai ser muito importante a participação dele e de toda a militância, desses partidos da base que vieram conosco. Quanto mais pessoas tiverem nas ruas pedindo voto e trabalhando, isso vai nos dar condição melhor de êxito do segundo turno e ganhar as eleições.

As primeiras pesquisas de intenções de votos no período de pré-candidaturas apontaram Iris Rezende e o Delegado Waldir na frente. Como quebrar essa polarização?
Eu já disputei eleições com as duas maiores liderança do Estado, por duas vezes. Adversário a gente não escolhe. Mas você tem que ir para a campanha bem armado e bem preparado. Quando eu saí da campanha, em 2012, eu disse que não iria mais para um projeto político sem um grupo de partidos maior me apoiando. E eu vi que sem uma estrutura político-partidária ficaria praticamente impossível chegar à vitória, e fui trabalhar para isso. Eu passei a dialogar mais, que era uma deficiência que eu confesso que eu tinha. Essas eleições agora vão ser diferentes para nós porque nós vamos ter praticamente um exército de pessoas nos ajudando em Goiânia.

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