Padilha diz que governo comemorou resultado
Senado aprovou relatório que julga procedente denúncia contra a presidente afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade
Oministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ontem que o governo vê com "alegria" a decisão do Senado de levar a presidenta afastada Dilma Rousseff a julgamento por crime de responsabilidade. "O presidente Michel tinha expectativa que o Senado continuasse tributando confiança ao seu projeto de governo. Como vimos, aumentou bastante o número de senadores que votaram a favor da permanência dele e é claro que o governo vê com alegria", disse.
Padilha deu as declarações ao sair de encontro com parlamentares em um restaurante, que também teve participação do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.
Em uma sessão que começou anteontem (9) e terminou na madrugada desta quarta-feira, 59 senadores foram favoráveis a aceitar a denúncia contra Dilma Rousseff. Os votos contrários foram 21. Padilha também falou sobre a data provável para a votação final do impeachment.
"O que temos garantido pelo presidente Renan [Calheiros] é que deve iniciar o processo de votação no dia 25 [de agosto]. Mas claro que poderão ocorrer fatos que posterguem ou antecipem", acrescentou o ministro.
Por 59 votos a 21, o plenário do Senado aprovou ontem o relatório do senador Antonio Anastasia (PSDB-MG) que julga procedente a denúncia contra a presidenta afastada Dilma Rousseff por crime de responsabilidade. Dilma agora vai a julgamento final pelo plenário do Senado.
O resultado da votação foi bastante próximo do esperado pelo governo do presidente interino Michel Temer. Integrantes do governo avaliavam que o governo teria cerca de 60 votos favoráveis pela admissão da pronúncia. Após a aprovação do texto, os senadores votaram três destaques propostos pelos senadores da oposição. O primeiro queria a retirada da denúncia da imputação de crime de responsabilidade por repasses não realizados ou realizados com atrasos pelo Tesouro Nacional ao Banco do Brasil, relativos à equalização de taxas de juros referentes ao Plano Safra, no exercício de 2015. O texto de Anastasia foi mantido por 58 votos a 22.
Os outros dois destaques estavam relacionados a decretos de créditos suplementares sem autorização do Congresso Nacional; o primeiro no valor de R$ 29,9 bilhões e o segundo de R$ 600 milhões. Os dois destaques foram rejeitados. O primeiro também por 58 a 22 e o segundo por 59 a 21.