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domingo, 1 de setembro de 2024
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Solidariedade

Passeio ciclístico em quatro capitais chama a atenção para esclerose múltipla

O objetivo é conscientizar a população brasileira sobre a esclerose múltipla, doença neurológica que mais acomete adultos jovens no mundo, na faixa dos 20 aos 40 anos de idade

Postado em 27 de agosto de 2016 por Redação
Passeio ciclístico em quatro capitais chama a atenção para esclerose múltipla
O objetivo é conscientizar a população brasileira sobre a esclerose múltipla

Da Agência Brasil

Pela primeira vez, o passeio ciclístico Pedale por uma Causa, promovido pela Associação Amigos Múltiplos pela Esclerose (AME), ocorrerá simultaneamente neste domingo (28) em quatro capitais: Rio de Janeiro, São Paulo, Porto Alegre e Florianópolis. A primeira edição do passeio foi no ano passado, em São Paulo, em parceria da AME com o Clube Paulistano, e mobilizou 140 ciclistas.

O objetivo é conscientizar a população brasileira sobre a esclerose múltipla, doença neurológica que mais acomete adultos jovens no mundo, na faixa dos 20 aos 40 anos de idade. Segundo o fundador e presidente da AME, Gustavo San Martin, 80% da sociedade brasileira desconhece o que é esclerose múltipla. “É preciso conscientizar as pessoas para que não tenham a doença e para que possamos, trabalhar o conceito do diagnóstico precoce, que é importante para se conseguir um prognóstico melhor da doença”.

A esclerose múltipla afeta, em todo o mundo, em torno de 2,3 milhões de pessoas. No Brasil, são cerca de 35 mil pessoas, com maior incidência nas regiões Sul e Sudeste, daí a escolha das quatro capitais para o movimento.

Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla (Abem), trata-se de uma doença crônica e autoimune, o que significa que as células de defesa do organismo atacam o próprio sistema nervoso central, provocando lesões cerebrais e medulares. A esclerose múltipla não tem cura e pode se manifestar por sintomas variados, entre os quais fadiga intensa, depressão, fraqueza muscular, alteração do equilíbrio da coordenação motora, dores articulares e disfunção intestinal e da bexiga.

A Abem destaca, entretanto, que não se trata de uma doença mental, não é contagiosa, nem suscetível de prevenção. O tratamento consiste em atenuar os efeitos e desacelerar a progressão da doença. Embora não se conheçam as causas da esclerose múltipla, o problema é mais comum em pessoas de pele branca que habitam em zonas temperadas.

Campanha

Este ano, o passeio ciclístico faz parte de uma campanha maior, o #AgostoLaranja, que envolve a realização de ações diversas, durante todo o mês, para esclarecer o que é a doença, mostrar como convivem as pessoas que são portadoras de esclerose múltipla e dar orientações para que todos tenham melhor qualidade de vida.

Os ciclistas inscritos no passeio ganham camiseta oficial do evento e medalha de participação. Com inscrições gratuitas, os participantes tiveram apenas de contribuir com a doação de um quilo de alimento não perecível, que será destinado a uma organização não governamental (ONG) das cidades-sede do passeio. No Rio de Janeiro, os alimentos irão para a Associação Saúde Criança Recomeçar, em São Paulo, para a Cap do BEM e, em Porto Alegre, para o Albergue Dias da Cruz. Em Florianópolis, até quinta-feira (25), ainda não tinha sido definida a instituição que receberá as doações.

No Rio, a concentração começará às 9h, no Clube Israelita Brasileiro, na Rua Barata Ribeiro, em Copacabana, para a coleta das doações, entrega dos kits e alongamento. A saída dos ciclistas está prevista para as 10h. Dali, eles irão até a orla, percorrendo toda a Avenida Atlântica, totalizando cerca de 10 quilômetros. A volta ao ponto de partida está prevista para as 12h. 

Preconceito

De acordo com Gustavo San Martin, como não há um padrão de manifestação da esclerose múltipla, a doença pode começar “tanto por um formigamento no braço quanto pela perda de visão. Muitas vezes, por desconhecimento da classe médica, o paciente acaba sendo tratado de outras coisas, mas não a esclerose”.

San Martin disse acreditar que a conscientização das pessoas pode contribuir para reduzir o preconceito, já que a esclerose múltipla manifesta-se muitas vezes de forma invisível. Um dos principais sintomas é a fadiga crônica. “Imagine um adulto jovem com esse tipo de fadiga no ambiente de trabalho, às 11h. Ele já está supercansado, não consegue nem falar direito. A primeira coisa que o chefe dele vai associar é que ele foi para a noitada, no dia anterior”, ressaltou.

Ele próprio portador de esclerose múltipla, San Martin disse que teve complicações da doença que o levaram a perder força por três vezes do lado esquerdo do corpo, sem que a maioria das pessoas soubesse ou notasse o que estava ocorrendo. “Saber que a esclerose é uma doença invisível permite quebrar preconceitos”.

Foto: Cláudio Santos/ 

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