Mardem Costa Jr.
As eleições municipais desse ano reforçam a hegemonia de PSDB e PMDB no cenário eleitoral goiano. Juntas, as legendas lançaram 252 candidatos em todo o estado – aumento de 6,8% em relação ao pleito de 2012. Os tucanos terão cabeça de chapa em 137 municípios, ante 116 na disputa anterior – acréscimo de 18%. Já os peemedebistas contarão com candidatos a prefeito em 115 cidades – o partido de Michel Temer lançou 120 prefeitáveis em 2012, o que indica uma ligeira queda de 4%.
O PT, por sua vez, não escapou ao ocaso da gestão de Dilma Rousseff (2011-2016). O partido, que tinha disputado como cabeça de chapa em 47 municípios goianos, agora se contentará com apenas 17 candidatos a prefeito. Nas vinte maiores cidades do Estado, a legenda contará com somente quatro postulantes, enquanto disputou em dez delas em 2012. 
Apesar do favoritismo em Anápolis, os petistas não conseguiram lançar candidaturas competitivas em Goiás. O DEM de Ronaldo Caiado, apesar do esvaziamento enfrentado nos últimos anos, lançou apenas quatro candidatos a menos que no pleito anterior – 44 contra 48, tendo Pedro Canedo – na Manchester goiana – como destaque.
Após experimentar uma debandada em massa com a desfiliação do ex-deputado Sandro Mabel, o PR recuperou posições. A legenda da deputada Magda Moffato será cabeça de chapa em 47 municípios goiano – incremento de 193% sobre 2012, quando disputou a majoritária em 16 cidades.  
Salvo PSD e PTB, que registraram queda de candidaturas – respectivamente, 22% e 31% – partidos da base do governador Marconi Perillo tais como PP, PRB, PSB e PPS tiveram mais postulantes a prefeito em relação a 2012. Legendas estreantes nas eleições, SD e PROS lançaram, juntas, 35 candidatos.

Fatores
De acordo com o professor de Teoria Política e especialista em Ciência Política, Sílvio Costa, o primeiro fator que explica o grande número de candidatos desses dois partidos é referente a grande história que esses partidos possuem. O PMDB, na visão de Costa é um partido que tem grandes raízes na história do Estado, que vem desde a ditadura militar, e ocupou o governo estadual por diversos momentos, torando seus candidatos mais fortes e conhecidos.
Já o PSDB, avalia o especialista,  também é um partido que possui forte ligação com Goiás, além de ocupar a liderança do governo há quase duas décadas. "Esses anos no poder permitem que a legenda se fortaleça e crie suporte, principalmente nas cidades do interior do Estado", explica.