Rejeição é desafio para Iris, Waldir e Adriana
Prefeitáveis tentam quebrar resistência do eleitor goianiense e tentam conquistar votos para o próximo domingo
Venceslau Pimentel
Num jogo em que cada candidato aposta na rejeição do adversário para vencer as eleições municipais, o desafio dos prefeitáveis de Goiânia é tentar reduzir índices de resistência do eleitor para ganhar votos nas urnas eletrônicas.
A briga para tentar ganhar a simpatia do eleitor se dá, em maior grau, faltando quatro dias para o pleito, entre Iris Rezende (PMDB), com 21%; Delegado Waldir (PR), que tem 20,8%; e Adriana Accorsi (PT), 16,5%, conforme pesquisa Serpes. A situação mais cômoda é a de Vanderlan Cardoso (PSB), com 14,1%, que já se coloca na segunda posição na preferência do eleitorado, com 26,3%. A liderança é do peemedebista, com 37%.
Com a perda da vice-liderança, Delegado Waldir (PR) viu reduzir a sua musculatura político-eleitoral, caindo de 20,6% para 7,8%, de 14 de agosto a 25 de setembro. Em razão inversa, ele passou a ser rejeitado por 20,8%.
O candidato republicano – que é deputado federal e foi eleito pelo PSDB com 274.625 – teve a sua rejeição reduzida em 3,8%. Iris Rezende também tem conseguido diminuir o percentual de eleitores que dizem que não vão votar nele. De agosto até agora o índice caiu de 26,7% para 21%.
Mesmo assim, dos sete candidatos, Iris, ao mesmo tempo em que desponta como favorito na corrida ao Palácio das Campinas, como mostram os institutos de pesquisa Serpes e Paraná, continua enfrentando a maior resistência do eleitorado da capital.
A petista Adriana Accorsi, que vinha na vice-liderança, nesse quesito, agora vem na terceira colocação. O percentual é bem acima dos 6,2% que a candidata registrou na intenção de voto.
O cenário da rejeição é menos impactante para Francisco Júnior (PSD), com 12%; já Djalma Araújo (Rede) e Flávio Sofiati (Psol) registram índices abaixo de 13%. Mas os três são os últimos colocados no levantamento sobre a preferência do eleitorado goianiense.
Variável
A variável rejeição tem sido analisada como resultado do grau de conhecimento que o eleitor tem do candidato. A lógica é: quanto mais visibilidade, mais antipatia. Essa máxima até valeria para Iris, que já foi prefeito de Goiânia por três mandatos; governou o Estado por dois mandatos; foi ministro da Agricultura e da Justiça. Além desse currículo, disputou o governo de Goiás por mais três vezes (1998, 2010 e 2014), sendo derrotado em todas essas tentativas.
No entanto, não se aplicaria a Adriana Accorsi, que é delegada de polícia e está em seu primeiro mandato de deputada estadual. Tudo indica que o alto grau de rejeição dela se deve ao desgaste da administração do prefeito Paulo Garcia (PT), tido como o mais mal avaliadas entre os gestores da capitais, de acordo com o Ibope e Datafolha.
Quarta colocada na intenção de voto, a petista herda, ainda, pelo menos parte do inferno astral que envolve o PT, pelas denúncias envolvendo parlamentares e tesoureiros do diretório nacional da sigla, e em maior grau com o processo de impeachment a que foi submetida a ex-presidente Dilma Rousseff.
Republicano é o que mais perdeu eleitor
Delegado de polícia, Waldir é conhecido da população goianiense por sua atuação em vários distritos. Ganhou notoriedade no mundo político ao sagrar-se campeão de votos nas eleições de 2014. Ele aparecia nas pesquisas, ainda na pré-campanha, na vice-liderança, ficando atrás apenas de Iris.
Desde que saiu do PSDB para ingressar no PR, vem perdendo pontos nas pesquisas. Fez coligação com apenas dois partidos (PTN e PMN). Como resultado, ficou com apenas 50 segundos no programa eleitoral na TV. Vanderlan tem o maior tempo (3 minutos e 24 segundos), e Iris o segundo (2 minutos e 14 segundos).
O critério da rejeição pelo grau de conhecimento, também não poderia ser aplicado a Djalma Araújo, vereador em Goiânia, e Flávio Sofiat, professor, que são pouco conhecidos do eleitor. Também não alcançaria Francisco Júnior, que ganhou certa visibilidade como ex-secretário municipal de Planejamento, vereador, presidente da Câmara de Goiânia, e, agora, deputado estadual.
Menos rejeitado, Vanderlan – que tem o apoio do PSDB e do governador Marconi Perillo – alcançou visibilidade, primeiro, como empresário, depois como prefeito de Senador Canedo, e pelas duas disputas como candidato a governador, em 2010 e 2014. Ele é beneficiado não só por ter ao maior tempo TV no programa eleitoral gratuito, como se vale por ter a maior coligação. São 12 partidos (PSB / PSC / PHS / PSL / PP / PV / PPS / PMB / PSDB / PRB / SD / PSDC), todos eles da base de apoio do governo estadual.