Cinco candidatas laranjas são indiciadas por falsidade ideológica em Inhumas
Candidatas ao cargo de vereadora não obtiveram nem mesmo o próprio voto
Renato Estevão
A Polícia Civil (PC) de Inhumas concluiu nesta quinta-feira
(22) o inquérito que apura fraude nas candidaturas ao cargo de vereador, em
Inhumas, região metropolitana da capital. São investigadas cinco candidatas ‘laranjas’
que não receberam nem o próprio voto, conforme foi apurado pela polícia. A
investigação foi recomendada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Segundo o delegado que investiga o caso, Humberto Teófilo,
Leila Ferreira Lemes (PDT), Luciana Vasconcelos Gasparoti (PMDB), Marília
Batista da Silva (PSC), Patrícia Maria de Santana (PRTB) e Gabriela Alves
Pacheco (PSL) podem ser indiciadas pelo crime de falsidade ideológica. “Este
tipo de prática aponta fraude nas eleições e fragiliza a democracia nacional”,
explica o delegado.
Teófilo informou que uma das candidatas, que é funcionária
do município, usufruiu de licença trabalhista para a candidatura fantasma.
Outras investigadas foram beneficiadas com ganho de combustível e até receberam
propostas de emprego para se registrarem como candidatas. De acordo com as
investigações, as suspeitas nem chegaram a produzir material para campanha.
Entenda
Os partidos são obrigados pela Legislação Eleitoral
a direcionarem 30% das suas candidaturas às mulheres, no entanto, muitos
utilizam candidatas fantasmas para cumprirem a cota, em vez de dar espaço a candidatas reais. O TSE apurou que, em todo o país, 16.131 candidatos
terminaram a eleição municipal sem receberem sequer um voto. Dentre eles,
14.417 são mulheres e apenas 1.714 são homens.
Respostas
Segundo o advogado da Comarca e presidente do PMDB de
Inhumas, Adenilson Pessoni, Luciana Vasconcelos Gasparoti prestou contas à justiça
eleitoral. O advogado nega que a servidora pública tenha sido candidata
laranja. Ele alega que Luciana se afastou da campanha em razão do falecimento
da irmã. “A própria candidata pediu que amigos e familiares não votassem nela
por questões pessoais”, afirma.
O PSC informou, em nota, que a comissão estadual não interfere
nas escolhas feitas pelos presidentes em cada município do Estado, que não apóia
nenhum ato ilícito e não concorda caso algo ilegal tenha sido realizado em
alguma comissão municipal.
O partido informou ainda que cabe a Justiça realizar a
apuração necessária e é a favor de que os responsáveis sejam punidos.
A
reportagem entrou em contato com o diretório regional do PDT em Goiás, mas não
obteve resposta. Os diretórios do PRTB e PSL não atenderam as ligações.