FCO terá aporte financeiro recorde em 2017, diz Marconi
Segundo o governador, juros serão menores e haverá mais dinheiro disponível
Ao receber ontem (22) integrantes do Fórum Empresarial para a confraternização de fim de ano, o governador Marconi Perillo anunciou que o montante do Fundo Constitucional do Centro (FCO) que será destinado para Goiás em 2017 deverá ser o maior desde que o Fundo foi criado: R$ 2,8 bilhões. E os juros serão menores: passam de 9,5% para 8,5% ao ano.
O encontro reuniu os presidentes das federações e sindicatos patronais: Fieg, Fecomércio, Facieg, Faeg, FCDL, Adial, entre outros. O governador fez uma saudação especial ao presidente da Adial Brasil, José Alves, pela cruzada que ele fez por todo o País, em defesa de juros mais baixos. Segundo Marconi, com os juros altos os empregos desaparecem e a crise se instala.
Aos empresários, o governador condenou a dependência que o Brasil tem hoje do capital externo. Para ele, só há uma saída do Brasil romper com essa situação: “Fazer as reformas”. Defendeu também a PEC do teto de gastos e a reforma da Previdência, que na visão de Marconi deveria ser mais “ampla e profunda”.
Sobre a privatização da Celg, disse que ela trará um “benefício enorme” para Goiás, na medida em que o Estado terá um aporte financeiro total de R$ 9 bilhões – R$ 2,2 bilhões pela venda, R$ 4 bilhões de assunção da dívida pela empresa adquirente e R$ 3 bilhões de investimentos ao longo de três anos.
Ressaltou ainda que a Celg foi adquirida por uma “gigante” do setor elétrico mundial, a empresa italiana Enel, que incorporou a Endesa, empresa que comprou a Usina de Cachoeira Dourada em 1997. Ele abriu um parêntese para falar do crescimento da Celg G&T, que passou por dificuldades quando foi criada e chegou a ponto de ser liquidada e hoje já contabiliza lucro de R$ 60 milhões, devendo atingir em julho do ano que vem R$ 150 milhões de superávit. “Isso tudo sem nenhum centavo do poder público”, sublinhou. “Não deixamos a empresa inchar. É uma estatal enxuta e resoluta”, acrescentou.
Marconi também falou dos indicadores positivos da economia goiana, apesar da crise nacional, a maior da história do Brasil. Contou que apenas quatro estados tiveram saldo positivo de emprego e Goiás foi um deles, com 5 mil contratações a mais do que demissões. Ele previu que 2017 será um ano melhor que 2016, com perspectiva de algum índice que indique a retomada do crescimento econômico.
A meta do governo estadual em 2017, explicou, será dar continuidade aos investimentos em infraestrutura e desenvolvimento, com foco no crescimento da indústria, do comércio e do agronegócio, “que tem salvado a lavoura do País”. Os recursos privatização da Celg, ressaltou, serão aplicados de forma planejada, a exemplo do que ocorre com o dinheiro da repatriação.
Outro ponto que o governo não abre mão, de acordo com Marconi, é a austeridade fiscal, que visa garantir que o Estado tenha condições de dar respostas às demandas nas áreas de Educação, Saúde e Segurança Pública. Ele voltou a defender a criação do Fundo Nacional de Segurança Pública, a liberação dos recursos do Fundo Nacional Penitenciário para construção de presídios e o aporte de recursos da União. “Hoje o governo federal investe zero em Segurança Pública”, reclamou, acrescentando também que a União gasta atualmente em Saúde o que gastava há 20 anos.
Marconi elogiou a condução da política econômica pelo ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, que é goiano, e disse torcer para que o Brasil entre nos trilhos. Por fim, disse que 2016 foi 50% melhor que 2015 e que 2017 deverá ser 100% melhor que 2016. E aproveitou para cumprimentar o empresariado goiano.