Eixo Anhanguera atropelou cinco pessoas ano passado
Conforme a Metrobus, desatenção das vítimas foi a principal causa

Renan Castro
Implantado em 1976 para melhorar o transporte coletivo de Goiânia, o Eixo Anhanguera é também o principal corredor que alimenta o sistema da Região Metropolitana da capital. Com 13,5 quilômetros de extensão, a linha percorre diferentes bairros da cidade e recebe cerca de 200 mil passageiros por dia. Mesmo com a velocidade máxima entre 40 e 45 quilômetros por hora e circulando em um corredor exclusivo, os ônibus do Eixo se envolvem em acidentes de trânsitos, muitas vezes, fatais.
Não é incomum nos terminais e plataformas por onde passam o Eixão avistarmos passageiros circulando fora da faixa de pedestres. Outros se arriscam ao tentarem entrar no ônibus quando as portas estão fechando.
Em 2016, cinco pessoas foram atropeladas pelo Eixo de acordo com a Metrobus. Uma delas morreu e as outras quatro tiveram ferimentos leves. Segundo a empresa, os atropelamentos ocorreram por desatenção das vítimas, por exemplo, ao ignorarem os sinais de passagem nos semáforos. Todos os casos receberam acompanhamento por meio de uma assistente social, conforme a Metrobus.
Casos recentes
Em abril do ano passado, um idoso morreu após ser atropelado por um ônibus do Eixo Anhanguera, no Terminal do Dergo, no Setor Aeroviário, em Goiânia. Segundo a Polícia Civil, Joaquim Jorge da Silva, de 62 anos, estava em uma bicicleta na faixa de pedestre quando foi atingido.
O idoso foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O ônibus seguia no sentido Terminal Padre Pelágio – Novo Mundo. O motorista permaneceu no local e foi submetido ao teste do bafômetro, o qual constatou que ele não havia ingerido bebida alcoólica.
Em outubro de 2015, o jornalista Renato Dantas, de 26 anos conduzia um veículo que colidiu com um ônibus do Eixo Anhanguera, no cruzamento da Avenida Goiás com a Avenida Anhanguera, no Centro da capital. O jovem teria furado o sinal vermelho e ocasionou o acidente.
A força da colisão fez com que os veículos batessem contra um prédio onde funciona uma agência bancária. Cerca de oito pessoas estavam no ônibus, mas de acordo com o Corpo de Bombeiros, tiveram somente pequenas escoriações e não precisaram ir ao hospital. Já Renato ficou preso nas ferragens, não resistiu e morreu no local antes da chegada de socorro.
Passageiros
A segurança dos passageiros é outro assunto que chama a atenção. Uma freada brusca pode provocar a queda de alguém que esteja em pé ou fazer com que o passageiro que estiver sentado seja projetado para frente e se machuque ao bater contra o banco do ônibus. Essa é uma situação comum de quem precisa utilizar o famoso “Eixão”, como é conhecido.
A estudante Letícia Oliveira, 25, utiliza o Eixo Anhanguera com frequência. A principal reclamação que ela faz refere-se a falta de cinto de segurança. “É difícil nos protegermos dentro do ônibus. Uma criança ou um idoso não consegue se segurar quando o ônibus freia, e é jogado longe”, afirma. Ela destaca que os ferros que servem para os passageiros se segurarem não são suficientes para dar segurança. “Como o ônibus é articulado ele mexe demais e quase não consigo me segurar quando estou em pé”, conta.
Conforme o inciso IV, do artigo 2º, da Resolução Nº 14/1998 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), os veículos de transporte de passageiros em percurso que seja permitido viajar em pé não são obrigados a estarem equipados com cintos de segurança.
A auxiliar administrativa Eufrásia da Silva, 23, conta que muitos motoristas param longe da plataforma. “As portas abrem e fecham muito rápido e faz com que as pessoas se machuquem”, ressalta.
De acordo com a Metrobus, responsável por administrar o Eixão, a empresa realiza periodicamente palestras de conscientização e avaliações práticas regulares aos motoristas e foca “sempre a melhora na sua direção defensiva”.