ELISAMA XIMENES

Desde a metade do ano passado, Paulo Henrique liderava uma quadrilha que roubava veículos para vender peças nas imediações da Vila Canaã. Na manhã de ontem (20), a Delegacia de Repreensão a Furtos e Roubos de Veículos Automotores (DERFRVA) desencadeou a Operação ‘Doutores do Crime’ para desarticular a quadrilha. O líder, que gostava de ser chamado de Doutor do Crime, está entre os integrantes que já foram presos.

De acordo com o delegado José Antônio de Podestá, da Polícia Civil, adjunto da especializada, estima-se que o grupo tenha roubado no mínimo 15 e no máximo 20 carros. As investigações começaram quando houve a denúncia de roubo de um Chevrolet Onix e a apuração os levou até a quadrilha que não agia isoladamente. Paulo Henrique fornecia armas para dois integrantes, que realizavam os assaltos. Outros dois o ajudavam a esconder e desmanchar os carros. O líder era chamado de doutor do crime pela precisão cirúrgica com que desmontava as peças dos veículos.

Os carros eram escondidos na oficina do líder, que ficava na região da Vila Canaã. Assim, ele vendia as peças para os clientes que precisavam de alguma para o conserto de seu automóvel. Os clientes, por sua vez, não sabiam da origem das peças. “Ele via qual era a peça que o cliente precisava para o conserto do carro e ordenava que os assaltantes pegassem um carro que tivesse a peça específica”, relata o delegado. A Polícia Civil ainda não sabe informar quanto em dinheiro eles conseguiram arrecadar com os roubos. Até então só foram confirmados casos de roubos em Goiânia.

Durante a operação foram expedidos cinco mandados de prisão e seis de busca. Para isso, foram convocados 40 policiais. De acordo com Podestá, entre os membros da quadrilha, apenas um continua foragido. O delegado ressalta ainda que, com a prisão do líder, foi possível, desde então, desmobilizar a quadrilha. Até então, só foram confirmados dois roubos. A operação, que escolheu o nome em referência ao apelido de Pedro Henrique, segue apurando os demais assaltos que devem fechar entre 15 e 20 casos. 

Caminhonetes

Uma operação semelhante foi realizada na semana passada, também, pela Polícia Civil. Foram presos suspeitos de furtar mais de 100 caminhonetes de luxo em Goiânia. O grupo era especializado em furtos e desmanche de veículos e não utilizavam armas durante os crimes. A polícia realizou 15 mandados de prisão na Capital, em Trindade, Aparecida de Goiânia e São Paulo. 

A quadrilha realizava os furtos na Região Metropolitana de Goiânia há pelo menos dois anos. Sem armas ou chaves codificadas, eles furtavam os veículos estacionados na Capital. A operação foi denominada ‘Sétimo Mandamento’ e foi deflagrada na manhã de quarta-feira (15) da semana passada. A operação realizou, ainda, 30 mandados de busca e apreensão em Goiás e São Paulo. Para isso, 120 policiais, de várias delegacias, participaram da ação.

Diferente da quadrilha de desmanche investigada pela operação de hoje, o grupo que roubava caminhonetes vendia as peças em lojas de Goiânia. Tal qual o ‘doutor do crime’, este grupo também atuava com precisão no corte das peças. A investigação durou, mais ou menos, um ano e identificou o grupo que mora na Região Metropolitana de Goiânia, mas tinha contatos em São Paulo. Embora este grupo não utilizasse armas em suas ações, a PC apreendeu diversas delas, além de bloqueadores de sinal de celular.