Cabral vira réu por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção ativa
Ministério Público Federal (MPF) havia denunciado Cabral por 25 crimes de evasão de divisas, 30 de lavagem de dinheiro e nove de corrupção passiva
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral virou réu pelos crimes
de lavagem de dinheiro, evasão de divisas e corrupção passiva. A denúncia do
Ministério Público Federal (MPF) foi aceita, nesta quarta-feira (8), pelo juiz
Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro.
Também viraram réus Wilson Carlos Carvalho, Carlos Emanuel
Miranda, Sérgio Castro de Oliveira, Vinícius Claret Barreto, Claudio Fernando
Barbosa de Souza, Timothy Scorah Lynn, Renato Hasson Chebar e Marcelo Hasson
Chebar.
O MPF havia denunciado Cabral por 25 crimes de evasão de
divisas, 30 crimes de lavagem de dinheiro e nove crimes de corrupção passiva. A
denúncia é resultado da Operação Eficiência e Hic et Ubique, realizadas no
âmbito das investigações da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Esta é a
sexta denúncia feita pelo MPF contra o ex-governador. Ele já virou réu em cinco
processos na Justiça Federal.
Cabral está preso desde 17 de novembro do ano passado no
Complexo Prisional de Bangu. Ele foi preso no âmbito da Operação Calicute, que
investigou o desvio de recursos públicos federais em obras feitas pelo governo
do estado do Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o ex-governador chefiava
um esquema de corrupção que cobrou propina de construtoras, lavou dinheiro e
fraudou licitações em grandes obras no estado realizadas com recursos federais.
O MPF informou que, após a celebração de acordos de
colaboração premiada, foi possível revelar como Sérgio Cabral e sua organização
criminosa ocultaram e lavaram dinheiro. Segundo o órgão, R$ 39 milhões foram
movimentados e guardados no Brasil; US$ 100 milhões depositados em dinheiro em
contas no exterior; 1,2 milhão de euros e US$ 1 milhão ocultados sob a forma de
diamantes, guardados em cofre no exterior e US$ 247, 9 mil ocultados sob a
forma de 4,5 quilos de ouro, guardados em cofre no exterior. O total ocultado
fora do Brasil corresponde a R$ 318,55 milhões.
Segundo o MPF, US$ 85.38 milhões foram repatriados,
provenientes das contas Winchester Development SA, Prosperity Fund SPC Obo Globum,
Andrews Development SA, Bendigo Enterprises Limited e Fundo FreeFly, que
estavam em nome dos colaboradores. Os recursos encontram-se depositados em
conta judicial.
Foto: Reprodução (R7)