Um meio de transporte de servidores públicos que pode gerar até 60% de economia para a administração. Essa é a ideia do TáxiGov, também conhecido como Uber do governo. O sistema é simples: em vez de comprar veículos que têm custo com manutenção, espaço para garagem e motoristas, ou de alugar automóveis que ficarão muitas horas ociosos, o Poder Público contrata uma empresa de táxi, via licitação, para transportar seus servidores. Tudo por meio de um aplicativo próprio, que garante o controle e evita o uso indevido.

O deputado federal Daniel Vilela (PMDB) esteve na semana passada no Ministério do Planejamento para conhecer o sistema, em uso experimental no governo federal desde novembro, e obteve o aval da equipe para trazer o projeto para a administração pública em Goiás. Ele apresentou nesta semana a ideia aos prefeitos Iris Rezende (Goiânia) e Gustavo Mendanha (Aparecida), que demonstraram interesse. 

“Conseguimos que o Ministério do Planejamento disponibilize gratuitamente o aplicativo e uma equipe de servidores para treinar as prefeituras interessadas. É um sistema que se aplica bem a Goiânia e Aparecida, devido à dimensão das duas cidades, e ambas já demonstraram interesse”, diz o deputado. 

Daniel Vilela conheceu detalhes do sistema durante reunião com o secretário de Gestão do Ministério do Planejamento, Gleisson Cardoso. “Esse é um momento em que todos os órgãos públicos têm que assumir com mais ênfase um compromisso com a economia de recursos. Não faz mais sentido gastar para ter um carro à disposição em qualquer horário do dia, ainda que desnecessariamente. Essa é a grande mudança trazida pelo TaxiGov”, afirma Cardoso. “É uma ideia simples e eficaz, que aliada à tecnologia gera economia para a administração pública”, completa Daniel Vilela.

Controle

O deputado do PMDB explica que os carros são acionados por meio de um aplicativo de smartphone, do computador ou por telefone, mediante identificação. “Com isso, é possível saber quem pediu o serviço e ter o georeferenciamento da corrida, garantindo controle efetivo dos gastos com transporte”, afirma. Os órgãos que já contam com o serviço, como os ministérios da Saúde e Agricultura, têm à disposição softwares que fazem o monitoramento da utilização da frota e os custos praticamente em tempo real.

O governo federal estima uma redução de R$ 32 milhões para R$ 12 milhões nos gastos anuais com transporte dos órgãos instalado na Esplanada dos Ministérios. O valor é cobrado com base no quilômetro rodado, que, devido ao alto volume de utilização previsto na licitação, ficou cerca de 30% menor do que o cobrado do passageiro comum na tarifa mais básica. Com o aprimoramento da ferramenta, será possível também verificar rotas mais comuns e horários de pico para otimizar as corridas com mais de um servidor compartilhando os veículos.