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domingo, 1 de setembro de 2024
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Carnes

PF diz que irregularidades na venda de carnes são pontuais

De acordo com a corporação, a apuração das irregularidades “não representam um mau funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro”

Postado em 22 de março de 2017 por Redação
PF diz que irregularidades na venda de carnes são pontuais
De acordo com a corporação

Após deflagrar a Operação Carne Fraca, na última
sexta-feira (17), que bloqueou R$ 1 bilhão de empresas suspeitas de “maquiar”
carnes vencidas e as reembalarem para venda, a Polícia Federal reconheceu ontem
(21) que as investigações tratam de desvios praticados por “alguns servidores”.
De acordo com a corporação, a apuração das irregularidades “não representam um
mau funcionamento generalizado do sistema de integridade sanitária brasileiro”.

As declarações foram divulgadas nesta noite pela PF e pelo
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), após encontro do
secretário-executivo da pasta, Eumar Roberto Novacki, com o diretor-geral da
corporação, Leandro Daiello. O foco da operação, segundo os órgãos, é a
eventual prática de crimes de corrupção por agendes públicos.

“O sistema de inspeção federal brasileiro já foi auditado
por vários países que atestaram sua qualidade. O SIF [Serviço de Inspeção
Federal] garante produtos de qualidade ao consumidor brasileiro”, afirmaram a
PF e o ministério em nota conjunta.

Ao dar detalhes das investigações, na última sexta-feira, a
PF informou que essa é, em números, a maior operação já realizada no país.
Cerca de 1.100 agentes federais cumpriram 309 mandados judiciais em sete
estados, para buscas e prisões temporárias de suspeitos de fazer parte do
esquema. Segundo a investigação, frigoríficos envolvidos “maquiavam” carnes
vencidas com ácido ascórbico e subornavam fiscais federais para que eles
autorizassem a comercialização de produtos já impróprios para consumo.

Repercussão negativa

Desde a deflagração da Carne Fraca, o governo federal reagiu
argumentando que as fraudes representam um “fato isolado” e que a inspeção
brasileira é “forte, robusta e séria”. Em um gesto para mostrar que não há
preocupações generalizadas, o presidente Michel Temer se reuniu com
embaixadores estrangeiros em uma churrascaria, no último domingo (19), após
apresentar números de que a operação atingiu apenas 33 dos 11 mil funcionários
do Ministério da Agricultura.

Na tarde desta terça-feira (21), a Associação Nacional dos
Peritos Criminais Federais (APCF) também fez críticas à operação. De acordo com
a entidade, as afirmações sobre “dano agudo à saúde pública” que vieram à tona
nos últimos dias “não se encontram lastreadas pelo trabalho científico” dos
peritos da corporação.

“A atuação adequada dos peritos criminais federais nas
demais etapas do procedimento investigatório, e não apenas no seu início e na
sua deflagração, teria propiciado a correta interpretação dos dados técnicos em
apuração, assim como a definição dos procedimentos técnico-científicos
necessários para a materialização de crimes de fraude alimentar eventualmente
cometidos pelas indústrias sob suspeição. Além disso, sem sombra de dúvida,
teria poupado o país de tão graves prejuízos comerciais e econômicos”, disse a
APCF. (Agência Brasil)

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