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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
Protesto

Manifestação em Brasília faz enterro simbólico da “velha política” brasileira

Uma das principais pautas de reivindicação repudiava a lista fechada, que vem sendo defendida por vários políticos.

Postado em 26 de março de 2017 por Redação
Manifestação em Brasília faz enterro simbólico da "velha política" brasileira
Uma das principais pautas de reivindicação repudiava a lista fechada

A Esplanada dos Ministérios recebeu 630 pessoas, nas contas da Polícia Militar (PM), para protestar contra a corrupção. Uma das principais pautas de reivindicação repudiava a lista fechada, que vem sendo defendida por vários políticos. No alto de um carro de som, a coordenadora do movimento Vem Pra Rua, Juliana Dias, discursou contra o modelo eleitoral proposto no Congresso, que considera “a coisa mais antidemocrática que existe”.

“Lista fechada é contra a democracia. É votar no partido e não mais nas pessoas e eles [os partidos] põem lá dentro quem eles quiserem. Essa é a principal pauta do dia”, explicou. No modelo, defendido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia, dentre outros parlamentares, os partidos definem previamente os nomes que estarão na disputa e o eleitor vota no partido e não mais no candidato.

Sob o sol forte, pessoas vestiram camisas amarelas e levaram faixas e cartazes contra a corrupção. Além do modelo eleitoral de lista fechada, os manifesantes também criticaram as tentativas de mudança das Dez Medidas contra a Corrupção. Uma faixa mencionava o senador Renan Calheiros, um dos que defendem alterações no projeto de iniciativa popular enviado ao Congresso: “Renan, abuso de autoridade é a autoridade abusar do dinheiro do povo”.

O projeto das Dez Medidas contra a Corrupção foi alterado para incluir a previsão de crimes de responsabilidade para punir juízes e membros do Ministério Público (MP) por abuso de autoridade. A tramitação do projeto acabou sendo suspensa pelo Supremo Tribunal Federal. Os manifestantes viram a tentativa como uma forma dos parlamentares intimidarem a Justiça e o Ministério Público, que os investigam.

O juiz federal Sérgio Moro e o coordenador da força-tarefa da Lava Jato no MP, Deltan Dallagnol, também foram lembrados. A manifestação, que começou às 10h e terminou ao meio-dia, demonstrou apoio à Operação Lava Jato e ao trabalho de Moro e Dallagnol. O ato terminou por volta do meio dia, com um enterro simbólico do que chamaram de “velha política”.

Lápides foram levadas para a frente do espelho d’água do Congresso Nacional, ao som de uma marcha fúnebre. Em cada uma das lápides, a foto de um político. Fernando Collor, Aécio Neves, Gleisi Hoffmann, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Edison Lobão, Jorge Viana e Romero Jucá foram lembrados, além do deputado Rodrigo Maia, Dilma Rousseff e Lula. Ao final, os manifestantes cantaram o hino nacional e se dispersaram.

O Detran fechou o trânsito na Esplanada durante toda a manhã. Os acessos para a Esplanada ocorreram pelas vias S2 e N2, atrás dos ministérios. Policiais fizeram a revista do público na altura da Catedral e no gramado em frente ao Congresso Nacional. Segundo a PM, nenhum material ilícito ou inapropriado para o evento foi encontrado.

Seiscentos policiais fizeram a segurança do ato, que não registrou confusão. De acordo com a assessoria da PM, o efetivo policial foi definido com base na estimativa de público do organizadores, que acabou ficando bem aquém do previsto – em torno de 100 mil pessoas. (Agência Brasil)

Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil 

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