O Hoje, O Melhor Conteúdo Online e Impresso, Notícias, Goiânia, Goiás Brasil e do Mundo - Skip to main content

quarta-feira, 27 de novembro de 2024
Lava Jato

Ex-gerente da Petrobras é preso na 39ª fase da Operação Lava Jato

Roberto Gonçalves foi preso por policiais federais na manhã desta terça-feira (28) em Boa Vista, durante a 39ª fase da Operação Lava Jato

Postado em 28 de março de 2017 por Renato
Ex-gerente da Petrobras é preso na 39ª fase da Operação Lava Jato
Roberto Gonçalves foi preso por policiais federais na manhã desta terça-feira (28) em Boa Vista

O ex-gerente executivo da Petrobras Roberto Gonçalves foi
preso na manhã de hoje (28) em Boa Vista, durante a 39ª fase da Operação Lava
Jato. Inicialmente, a Polícia Federal havia informado que o mandado de prisão
preventiva seria cumprido no Rio de Janeiro, já que a informação de que o
investigado estava no estado de Roraima chegou de última hora. A previsão é de
que ele seja levado a Curitiba até as primeiras horas de amanhã (29).

Roberto Gonçalves sucedeu Pedro Barusco como
gerente-executivo da Área de Engenharia e Serviços da Petrobras no período
entre março de 2011 e maio de 2012. No Brasil, ele já vinha sendo investigado
pela Lava Jato após depoimentos prestados por investigados que firmaram acordos
de colaboração premiada com o Ministério Público Federal.

Batizada de Operação Paralelo, a 39ª fase foi
deflagrada pela Polícia Federal a pedido do Ministério Público Federal no
Paraná. Além do mandado de prisão preventiva, foram expedidos cinco mandados de
busca e apreensão no Rio de Janeiro, todos, segundo a corporação, já cumpridos.
Os alvos, nesse caso, são pessoas físicas e jurídicas ligadas à corretora de
valores Advalor Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários Ltda.

De acordo com a Procuradoria da República no Paraná, Ricardo
Pessoa, dirigente da UTC Engenharia, e Mário Goes, operador financeiro e
intermediário entre os executivos e agentes públicos, admitiram o pagamento de
propinas a Roberto Gonçalves. Os colaboradores comprovaram documentalmente
quatro depósitos de US$ 300 mil feitos no exterior, a partir de conta em nome
da offshore Mayana Trading, mantida por Mário Goes.

“Além disso, apuração interna da Petrobras imputou ao
ex-gerente executivo parte das irregularidades encontradas nas licitações e
contratos do Comperj [Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro], como a
contratação direta em 2011 do Consórcio TUC, formado, dentre outros, pela
Odebrecht e pela UTC Engenharia. Paralelamente, autoridades suíças que
investigam desdobramentos do caso Lava Jato transferiram ao Brasil
investigações por crimes de lavagem de dinheiro relacionadas a Roberto
Gonçalves, com base em acordos de cooperação internacional”, informou a
procuradoria, por meio de nota.

Ainda segundo o comunicado, durante a apuração dos fatos,
foram identificadas cinco contas bancárias, sendo que uma delas, registrada em
nome da offshore Fairbridge Finance SA e que tem Roberto Gonçalves
como beneficiário final, recebeu, somente em 2011, cerca de US$ 3 milhões de offshores ligadas
ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht.

Outra conta, registrada em nome da offshore Silverhill
Group Investment Inc. e que também tem Gonçalves como beneficiário final,
recebeu, no ano de 2014, mais de US$ 1 milhão provenientes da conta da offshore Drenos
Corporation, vinculada a Renato Duque.

“Esta conta do ex-diretor da Petrobras foi abastecida por
valores oriundos da conta em nome da offshore Opdale Industries, que
tem por benefíciário final Guilherme Esteves de Jesus, acusado na ação penal
5050568-73.2016.4.04.7000 de ter intermediado propinas em contratos da
Petrobras para o Estaleiro Jurong”, acrescentou a procuradoria.

Ainda de acordo com documentos encaminhados pela Suíça,
Roberto Gonçalves transferiu, em abril de 2014, parte do saldo da conta
Fairbridge Finance S/A para contas na China e nas Bahamas. “Essa conduta
demonstra, além da reiteração de crimes de lavagem de dinheiro, o propósito de
impedir o bloqueio dos ativos criminosos e frustrar a aplicação da lei penal.
Apesar da tentativa de esconder o patrimônio, ainda foi possível o sequestro de
mais de US$ 4 milhões de conta ligada a Roberto Gonçalves”, concluiu a nota.

Foto: Reprodução (Uol) 

Você tem WhatsApp ou Telegram? É só entrar em um dos canais de comunicação do O Hoje para receber, em primeira mão, nossas principais notícias e reportagens. Basta clicar aqui e escolher.
Veja também