Fieg destaca crescimento de investimentos em Goiás
Missões comerciais do Governo contribuem para resultado positivo registrado no Estados nos últimos anos
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Levantamento feito pela Federação da Indústria do Estado de Goiás (Fieg) mostra que a participação estrangeira nos investimentos privados cresceu quatro vezes nos últimos anos (de cerca de 3% para 12%) no Estado graças à apresentação das potencialidades da economia goiana ao redor do mundo.
Contribuem para esse cenário as missões comerciais empreendidas pelo Governo de Goiás para o exterior, a exemplo dos investimentos anunciados pela Caracal, Heineken e Gerresheimer.
Os investimentos estrangeiros confirmados no Estado ultrapassam os R$ 4 bilhões nos últimos 22 meses. A previsão inicial é de que a implantação dos novos empreendimentos gere 34 mil empregos diretos e indiretos em Goiás ao longo dos próximos anos. Um saldo positivo considerável, tendo em vista que o País ainda sofre os efeitos mais aguda e prolongada crise econômica, iniciada a partir do final de 2014. A prospecção de novos investimentos também têm efeitos positivos sobre no comércio das empresas goianas com o exterior: o Estado está entre os que mais ampliaram sua pauta exportadora.
Como primeiro resultado prático da missão que o governador Marconi Perillo liderou ao Oriente Médio este ano, a empresa Caracal International, lançou há 15 dias, em Anápolis, a pedra fundamental para a construção de sua primeira filial no Brasil. A empresa, que fabrica pistolas, metralhadoras e rifles, tem sede Abu Dhabi, em nos Emirados Árabes Unidos, e possui filiais na Alemanha, África, e também nos Estados Unidos. Vai investir, ao longo de 10 anos, R$ 500 milhões, e gerar 1.250 empregos, entre postos diretos e indiretos.
Desde o início de 2015, Goiás recebeu a confirmação da instalação de 34 novas empresas, sobretudo no setor industrial. São empresas das mais diversas áreas, com destaque para o setor de alimentos e bebidas. O maior investimento confirmado foi o da Heineken, que está aplicando R$ 650 milhões na construção e operação de unidade de produção em Itumbiara – a primeira inteiramente construída pela cervejaria holandesa.
Como reflexo dos investimentos externos na econômica de Goiás, mais de 1 milhão de empregos na foram gerados no Estado na última década. Em 2015, a população ocupada em Goiás era de mais de 3,5 milhões de pessoas, sobretudo por pessoas com melhor qualificação: mais de 50% dos trabalhadores, com carteira assinada, tem o ensino fundamental e/ou médio completo. Entre 2004 e 2015, o PIB de Goiás cresceu em média 4,8% ao ano, enquanto o aumento médio do País ficou em 3,4%, segundo dados do Banco Central. Goiás cresceu 50% acima da média nacional.
Outro reflexo desses investimentos está na diminuição da desigualdade. Entre 2005 a 2015, os 20% mais pobres do Estado tiveram crescimento na sua renda de 7,3 pontos, numa escala de 0 a 10. Os 20% mais ricos avançaram metade deste índice. Esse crescimento da renda das famílias carentes foi real, não causado pela transferência de renda.
Estado exporta 400 produtos para 150 países
Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Científico e Tecnológico e de Agricultura, Pecuária e Irrigação (SED), Goiás vem exportando, em média, 400 produtos diferentes para 150 países. No topo da lista de produtos mais vendidos estão a soja e seus derivados. Depois vêm as carnes. Segundo a SED, pela primeira vez o país do Oriente Médio ocupou a terceira colocação no ranking dos que mais importaram produtos goianos, com 4% do total comprado.
O maior comprador dos produtos goianos ainda é a China. Logo em seguida aparece a Holanda. Mesmo que não tivesse havido redução nas importações goianas, no entanto, o saldo da balança continuaria positivo, o que mostra a força da economia do Estado.
Segundo o superintendente-executivo de Comércio Exterior da Secretaria de Desenvolvimento, Willian Leyser O’Dwyer, a queda nas importações foi influenciada pelo preço do dólar e pela situação econômica, que reduziu as despesas das empresas brasileiras, entre elas as goianas, com importações.
O crescimento vultoso do PIB goiano, principalmente nos últimos anos, é o principal número que ratifica o peso da interlocução com a economia mundial. A instalação de grandes empresas de diferentes setores e a geração de milhares de empregos também confirmam que, a cada vez que Goiás é apresentado lá fora, sua economia ganha novo pulso e o Estado acelera em desenvolvimento.
O resultado da balança comercial é reflexo do avanço da economia goiana. Avaliação sobre o Estado divulgada no ano passado pelo Banco Central indica que o Produto Interno Bruto (PIB) goiano cresceu, em média, 4,8% ao ano de 2005 a 2014, diante do aumento médio de 3,4% do nacional. O desempenho foi atribuído ao comércio, indústria de transformação (biocombustíveis, alimentos e vestuário) e setor de serviços (transporte e prestadoras de serviços a empresas).
Em 2015, a análise mostra que o PIB goiano cresceu 0,5% no período de 12 meses encerrado em junho enquanto o País registrava retração de 1,2%. A participação goiana no PIB do Brasil também foi destacada pelo BC, passou de 2,5%, em 2004, para 2,8% em 2012 – último dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). As missões comerciais, afirmam especialistas, foram fundamentais para esse processo.
Centro-Oeste
Em 2015, por exemplo, o Estado aumentou de 27,2% para 28,8% sua representatividade no PIB do Centro-Oeste – no entanto ainda em patamar inferior ao Distrito Federal (39,8%) e superior ao Mato Grosso (18,8%) e Mato Grosso do Sul (12,7%).