Saúde vira caso de polícia
A espera por atendimento no Cais de Campinas chegou até sete horas seguidas ontem (25)
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Wilton Morais
Apesar de adesão significativa ao novo modelo de contrato médico, em Goiânia. Adesão de 515 médicos, 35 a mais que o modelo antigo de contratação. A população que procurou atendimento no Centro de Atenção Integrada à Saúde (Cais) de Campinas, ontem (25), saiu frustrada. Muitos desistiram do atendimento e outros esperaram por mais de sete horas. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que os pacientes são atendidos conforme a classificação de risco, o que causa a demora. Dessa forma, os pacientes com casos de maior gravidade têm o atendimento priorizado.
“Só tem um clinico geral atendendo. Eu preciso fazer exames para ver se estou com dengue, estou com muita dor no corpo”, disse a aposentada Lucimar Deodoro da Silva. Lucimar esperou por sete horas seguidas para ser atendida. “Estou aqui desde as 7h30”, disse a mulher que às 15h40 foi chamada para o atendimento.
“Estou sem almoço, com uma pedra na vesícula e muita dor”, disse a dona de casa Lucidalva da Silva Oliveira. “Preciso sarar de uma anemia para marcar a cirurgia da vesícula”, complementou a mulher que esperava desde as 9 horas.
“Mandaram-me esperar e pronto”, contou o aposentado Benedito Nunes Oliveira. “Peguei pneumonia há alguns dias. Agora estou com muita dor de corpo e cabeça”, relatou. Ao ser questionado se estava disposto a esperar pelo atendimento, Benedito respondeu que “não adianta extrapolar a situação”.
Atendimento
“A gente não tem culpa”, disse a recepcionista do Cais. No balcão, a população esperava por uma resposta pelo atendimento.
A reportagem procurou a direção da unidade, sem a presença da diretora que teria se deslocado para o paço municipal, funcionários informaram que apenas um pediatra atendia a emergência e apenas um clinico geral estava responsável pelo atendimento de porta. O clinico estava escalado para atender pacientes de risco, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), e consultas. Outro medico cuidava da estabilização.
Já a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou que para o período diurno de ontem (25), haviam seis médicos na unidade. São dois a mais do que o informado por servidores da unidade – um pediatra, três clínicos, um intensivista e um cirurgião.
Caso de polícia
Na segunda-feira (24), uma senhora teve que chamar a polícia para garantir o atendimento médico ao neto. O menino só foi atendido quando os policiais chegaram à unidade. No site da pasta, a previsão para o dia era de seis médicos para emergência e dois pediatras.
Apesar da previsão, a pasta informou que atendiam no Cais de Campinas cinco médicos. Desses, três eram pediatras. Já na madrugada de segunda para terça, haviam apenas quatro médicos atendendo – dois clínicos gerais, um pediatra e um intensivista.
Por telefone, o Sindicato dos Médicos no Estado de Goiás (Simego) informou que não esta se posicionando em relação ao novo modelo de contrato e os reflexos na saúde do município.