Renan Castro 

O vereador Elias Vaz (PSB), presidente da Comissão Especial de Inquérito (CEI) que investiga a SMT, apresentou indícios de irregularidades no processo licitatório vencido pela empresa gaúcha Eliseu Kopp & Cia Ltda para operação de fotossensores em Goiânia, em reunião extraordinária com a presença do secretário municipal de Trânsito, Felisberto Tavares. 

Na planilha de custo apresentada pela empresa, dois pontos chamam a atenção. O índice de tributos apresentados pelo antecessor, Trana Tecnologia, era de 13% para quatro anos. Já a Eliseu Kopp aponta índice de 32% em cinco anos.

Outra disparidade encontrada é em relação a  previsão de gastos com energia elétrica. Enquanto a Trana estipulou de custo em R$ 7,5 mil por quatro anos, a Eliseu Kopp prevê gastar R$ 3 milhões em cinco anos. “Estamos aguardando que a prefeitura envie cópia integral do processo licitatório”, ressalta Elias Vaz.

Na última terça-feira (09), a CEI recomendou à prefeitura que aguarde a investigação sobre a licitação para só depois assinar o contrato com a Eliseu Kopp. E a comissão vai tentar ouvir o dono da empresa já na próxima semana. Mesmo assim, a prefeitura decidiu homologar a licitação.

De acordo com Tavares, o processo passou por avaliação de várias pastas. “Temos parecer da Procuradoria, da Controladoria e da Secretaria de Administração. A SMT não pode se esquivar de assinar. Mas isso não impede que a CEI continue e que o processo seja interrompido, caso sejam comprovadas irregularidades”, destacou.

Os parlamentares decidiram que vão buscar intervenção do Ministério Público para barrar a assinatura com a empresa gaúcha até que consigam investigar todo o processo licitatório. “A necessidade de radares na capital não pode servir de desculpa para maquiar atos de corrupção”, pondera o relator da CEI, delegado Eduardo do Prado (PV).

Segundo a prefeitura de Goiânia, a Eliseu Kopp “começará a instalar os equipamentos na capital nos próximos dias, assim que o contrato for assinado”.