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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Economia

Denúncias afetam mercado, moeda e Bolsa

Dólar e euro dispararam, risco Brasil aumentou e Pregão teve atividades suspensas por conta das denúncias contra o atual presidente e outros políticos da alta cúpula no país

Postado em 19 de maio de 2017 por Sheyla Sousa
Denúncias afetam mercado
Dólar e euro dispararam

RHUDY CRYSTHIAN 


ABolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) chegou a paralisar as atividades no início do pregão de ontem (18). As operações foram suspensas por meia hora a partir do mecanismo do circuit breaker, que amortece movimentos bruscos do mercado. A paralisação acontece sempre que o Ibovespa cai mais do que 10%. Na abertura da manhã de ontem, ele chegou aos -10,6%. O Banco Central (BC) anunciou a terceira intervenção no mercado de câmbio, por meio de leilão de swap cambial tradicional, que equivale à venda de dólares no mercado futuro e ajuda a segurar a alta ou forçar uma queda da moeda.

Na manhã de ontem, o Tesouro Nacional informou que, em razão da volatilidade observada no mercado, não realizará os leilões de venda de Letras do Tesouro Nacional (LTN), com vencimentos em abril de 2018 e 2019 e em julho de 2020. Também não será promovido leilão de Letras Financeiras do Tesouro Nacional (LFT), com vencimento em março de 2023.

No início da tarde, a bolsa ainda operava em baixa de -9,18%. O instrumento não era usado desde outubro de 2008. Em caso de uma terceira queda, ultrapassando os -20%, os negócios podem ser suspensos por tempo indeterminado, a critério da direção da bolsa.

Segundo o professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (USP), Roy Martelanc, a queda está diretamente ligada às denúncias que atingiram o presidente Michel Temer na noite de quarta-feira (17). “No curto prazo, esse tipo de notícia nunca é boa para os mercados. Você está em uma fase ascendente, de recuperação econômica, a bolsa antecipa a recuperação que está vindo aí. Agora, vem essa turbulência e as pessoas reavaliam se vão fazer investimentos”, explicou.

No início da noite da última quarta-feira (17), o jornal O Globo publicou reportagem relatando o conteúdo do acordo de delação premiada firmado pelo dono do grupo JBS, o empresário Joesley Batista, com o Ministério Público Federal (MPF). Segundo a reportagem, o empresário entregou um áudio gravado durante um encontro com Temer em que o presidente sugeriu que Batista mantivesse o pagamento de uma mesada ao ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e ao doleiro Lúcio Funaro para que esses ficassem em silêncio.

Ainda na quarta, a Presidência da República divulgou nota na qual informa que o presidente Michel Temer “jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha”, que está preso em Curitiba, na Operação Lava Jato. (com agências) 

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