Camelôs invadem calçadas e atrapalham lojistas
É estimado que exista em Goiânia de 300 a 350 pontos de ilegalidade para venda de produtos falsificados
Caio Marx
Os vendedores ambulantes voltaram às ruas de Goiânia. Nas áreas mais movimentadas da capital, eles vendem todo tipo de mercadoria, como comida, roupas, calçados, fios e carregadores de aparelhos eletrônicos, relógios e DVDs. Com a falta de fiscalização rotineira desde o fim do ano passado, os camelôs ocupam lugares estratégicos como a região de campinas próximo aos camelódromos e a região da Rua 44 no Centro da capital. Nem mesmo a presença de policiais militares por perto impede o comércio informal.
Em Goiânia é estimado que exista de 300 a 350 pontos de ilegalidade. Os camelôs disputam espaço com a concorrência, ocupam a passagem dos pedestres, expõe seus produtos em lençóis no chão e alguns chegam a expor bandeiras de cartão de crédito para facilitar a compra. É possível ver sem dificuldade a concorrência desleal entre comerciantes e camelôs, sujeira das ruas e a abundância de produtos falsificados.
Segundo a Associação Empresarial da Região da 44 (AER-44), a Guarda Civil Metropolitana (CGM) foi retirada da rua e toda área próxima pela atual gestão, e isso atrai invasores, possibilita a tomada por parte dos ambulantes e vira campo para mercadorias que não se sabe a procedência.
Ameaças
Ainda de acordo com a AER-44, existe um número pequeno de servidores para fiscalização, mas eles não podem atuar por conta da ausência da GCM, pois se o fiscal tentar agir, os camelôs ameaçam de morte os servidores. Além disso, a Associação destacou que o número de usuários de drogas e o número de assaltos aumentaram drasticamente na região.
Segundo o lojista Ademir Oliveira, 52 anos, a retirada dos vendedores informais das ruas e calçadas é uma reivindicação antiga dos lojistas da região da 44, pois a presença dos comerciantes irregulares atrapalha as vendas de quem possui estabelecimentos comerciais nesta rua. “Vários lojistas que converso, já pensaram em vender seus estabelecimentos, pois os clientes não estão entrando em nosso comércio, muitos porque compram mais barato dos camelôs, outros pelo medo dos ambulantes que ficam na porta das lojas”, ressaltou o lojista.
Produtos falsificados
Além dos camelôs não pagarem os tributos ao governo, a pirataria é outro fato bastante preocupante. A reportagem do O Hoje verificou que roupas, brinquedos, óculos, além de outros itens piratas são vendidos sem fiscalização e retenção de impostos, fato que deveria ser vetado.
Uma campanha contra a pirataria está sendo desenvolvida pelo Sindicato do Comércio Varejista de Material Óptico (Sindióptica), além da Câmara de Dirigentes Lojistas de Goiânia (CDL-GO), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), e o Sindicato do Comércio Varejista do Estado de Goiás (Sindilojas). O objetivo da Campanha é intervir com fiscalização, realizar uma coalizão de combate com repressão e informação. O Sebrae vai possibilitar um canal para que o camelô sem conhecimento possa se formalizar e sair da ilegalidade.