Marcus Vinícius Beck

Crianças, professores e idosos. O que eles têm em comum? O gosto por uma das festas mais tradicionais de Goiânia, que terminará neste domingo (28). Engana-se, todavia, quem acredita que nestes oito dias de festividades o foco foi apenas os shows. Na lateral, em cima de uma calçada, próximo à Sociedade Goiana de Pecuário e Agricultura (SGPA), carros antigos são expostos para a população. “Aqui há boate, comida e lazer. Venho com meu filho passar a tarde aqui”, diz o agricultor Erbess Santos Veira, 28, que foi nas outras edições. “Está melhor que no ano passado”, assegura. 

O autônomo Arnon Pereira Braga, 27, diz que ficou sem ir às edições anteriores, mas sentiu falta da festa e, principalmente, dos momentos de lazer que são propiciados no parque agropecuário. Fã de boates e música sertaneja, Arnon afirma que a Pecuária não se resume apenas aos shows. “Há boates também, contudo é necessário ter muito dinheiro”, brinca. Em seguida, ele fala sobre a quantidade de atividades que é possível ver no parque. “É bom ficar aqui à tarde, olhando um animal. Disso eu senti muita falta”, findou, olhando um cavalo machador.

Em frente à sede do parque, porém, um palhaço animava e fazia brincadeiras com crianças. Diretora da Escola Buriti, Cristina Borges Resende afirma que seus alunos se sentem felizes com o passeio, porque eles têm oportunidade de sair da sala de aula e interagir com outras crianças, que também passam à tarde no parque. “Todo ano os trago aqui, e eles ficam extremamente felizes, pois é um dia diferente do que estão habituados”, declara. 

Idosos também recheiam a festa e, claro, aproveitam algumas guloseimas. No salão da SGPA, cerca de 200 idosos conversam e confraternizavam um com os outros. Cláudia dos Passos, diretora social, conta que os idosos usufruem de momentos de distração, convivendo com outros colegas. Muitos deles, de acordo com ela, possuem famílias, mas outros são sozinhos. “Rasga o nosso coração olhá-los, sem ninguém, sem brilho nos olhos”, diz, emocionando-se. “Aqui eles lancham tranquilamente. Sinto-me realizada em lhes proporcionar estes momentos”, finaliza. 

Próximo a uma exposição de cavalos, o barman Alexsando Jesus dos Santos, 28, relata que o movimento deste ano está melhor do que nas outras edições. Segundo ele, ao contrário do ano passado, as pessoas começaram a chegar mais tarde para os shows. “O movimento é grande, sobretudo no período da noite. Tudo mundo chega à minha tenda, compra cerveja e vai para curtir a festa”, conclui.  

Marcha da raça

Quem for prestigiar os últimos dias de festa vai ter a oportunidade de assistir a 45ª do Mangalarga Machador. Os participantes pertencem aos maiores haras do Brasil e, ao todo, somam mais de 300 cavalos. 

Os campeões da categoria participarão do campeonato que acontecerá neste domingo (28), último dia da Pecuária de Goiás. No derradeiro dia, serão classificados os melhores cavalos, éguas e potros da raça. Estão confirmados a presença de 2.500 cavalos que foram classificados nas regionais de todos os estados. 

“Durante a 72ª Exposição Agropecuária do Estado de Goiás temos animais consagrados na última competição nacional que estão atingindo valores mais altos”, diz o coordenador da exposição, João Ricardo Sampaio.