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quarta-feira, 28 de agosto de 2024
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Estudo

Portaria autoriza uso de antirretroviral para prevenção ao HIV

Estratégia consiste no consumo diário do medicamento por pessoas que não têm vírus, mas que estão expostas à infecção

Postado em 29 de maio de 2017 por Renato
Portaria autoriza uso de antirretroviral para prevenção ao HIV
Estratégia consiste no consumo diário do medicamento por pessoas que não têm vírus

Portaria do Ministério da Saúde publicada hoje (29) no Diário
Oficial da União torna pública a decisão de incorporar ao Sistema Único de
Saúde (SUS) o antirretroviral Truvada como profilaxia pré-exposição (PrEP) para
populações sob maior risco de infecção por HIV.

A estratégia consiste no consumo diário do medicamento por
pessoas que não têm o vírus, mas que estão mais expostas à infecção, como
profissionais do sexo, homossexuais, homens que fazem sexo com homens, pessoas
trans e casais sorodiscordantes (apenas um dos parceiros é soropositivo).

Com a publicação, a PrEP deve passar a ser distribuída
em até 180 dias na rede pública de saúde.

De acordo com o ministério, o Brasil é o primeiro país da
América Latina a adotar a estratégia como política de saúde pública. A PrEP já
é utilizada em nações como Estados Unidos, Bélgica, Escócia, Peru e Canadá,
onde é comercializada na rede privada, além de França e África do Sul.

O investimento inicial do governo brasileiro será de US$ 1,9
milhão para a aquisição de 2,5 milhões de comprimidos. A quantia deve atender a
demanda pelo período de um ano.

Prevenção combinada

A estimativa do ministério é que a estratégia no Brasil seja
utilizada por cerca de 7 mil pessoas que integram as chamadas populações-chave,
no primeiro ano de implantação.

A PrEP, segundo a pasta, se insere como uma estratégia
adicional dentro de um conjunto de ações preventivas que inclui a testagem
regular, a profilaxia pós-exposição, a testagem durante o pré-natal e o uso de
preservativo, entre outros.

Fazer parte de um dos grupos, portanto, não é o único critério
para indicação da PrEP. Profissionais de saúde farão também uma espécie de
análise de vulnerabilidade do paciente, levando em consideração o comportamento
sexual e outros contextos.

A previsão é que, de imediato, a estratégia seja adotada em
12 capitais onde já há experiência nesse tipo de tratamento e, até o fim do
primeiro ano de implantação, em todas as capitais brasileiras.

Estudos

Evidências científicas disponíveis demonstram que o uso de
antirretrovirais pode reduzir o risco de infecção por HIV em mais de 90%, desde
que o medicamento seja tomado corretamente, já que a eficácia está diretamente
relacionada à adesão. A PrEP, entretanto, não substitui o uso da camisinha.

HIV no Brasil

Dados do último boletim epidemiológico do ministério revelam
que 827 mil pessoas vivem com HIV/Aids no Brasil atualmente. Desse total, 372
mil ainda não estão em tratamento, sendo que 260 mil já sabem que estão
infectadas e 112 mil não sabem que têm o vírus.

A Aids, no país, é considerada uma doença estabilizada, com
taxa de detecção em torno de 19,1 casos para cada 100 mil habitantes. Ainda
assim, o número representa cerca de 40 mil novos casos ao ano. (Agência Brasil) 

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