Incêndio em prédio deixa 12 mortos em Londres
Números de pessoas que perderam a vida pode ser maior,
diz política
A polícia de Londres elevou ontem para 12 o número de mortos no incêndio ocorrido em um bloco residencial e disse que é provável que a contagem de vítimas mortais aumente nas próximas horas. As informações são da agência EFE.
Em entrevista coletiva, o comandante Stuart Cundy disse que continua em andamento a “complexa operação” para buscar e recuperar as pessoas que ficaram presas no edifício.
O incêndio na torre Grenfell, um imóvel no oeste da capital britânica de 24 andares e com 120 apartamentos, começou ontem à noite por volta das 0h15 local (21h15 de terça-feira em Brasília).
O serviço de ambulâncias de Londres informou que o incêndio deixou pelo menos 78 feridos, 18 em estado crítico.
A polícia informou que não sabe por enquanto o número de pessoas desaparecidas que podem ter morrido no incêndio, ao mesmo tempo que destacou que não espera encontrar ninguém com vida no interior da torre.
Cundy detalhou que foram recebidas centenas de ligações pedindo informações sobre familiares ou amigos que podem ter ficado presos no edifício, onde havia entre 400 e 600 pessoas quando o fogo começou. As causas do fogo ainda são desconhecidas.
“A nossa prioridade são aqueles que sabemos que eram residentes na torre, mas talvez houvesse outras pessoas que também estavam dormindo no local”, disse o comando policial.
Bombeiro deixa as imediações da Grenfell Tower desolado, após combater incêndio em edifício de 24 andares, em Londres
O diretor de Segurança e Garantias dos bombeiros de Londres, Steve Apter, disse que 65 pessoas foram resgatadas durante o incêndio, além das que conseguiram sair sozinhas.
Os bombeiros já chegaram até o último andar da torre Grenfell, cuja estrutura foi avaliada por um engenheiro que deu autorização ao trabalho dos serviços de emergências.
Nick Paget-Brown, vereador do distrito londrino de Kensington e Chelsea, onde fica o imóvel acidentado, explicou que a Câmara Municipal estabeleceu diversos pontos de ajuda para os afetados pelo incêndio.
Paget-Brown agradeceu as doações de roupas e alimentos às famílias atingidas. (Abr)
Moradores alertaram para catástrofe
Uma associação de moradores já tinha alertado sobre as más condições de segurança do bloco de apartamentos Grenfell Tower, no bairro North Kensington, no oeste de Londres, que pegou fogo ontem por volta das 0h15 horário local (21h15 de terça-feira, em Brasília).
Uma publicação no blog do Grupo de Ação de Grenfell, responsável pela proteção oficial dos edifícios e os serviços públicos do bairro de Kensington e Chelsea, afirma que todas as advertências feitas “caíram em ouvidos surdos”.
“Os leitores regulares do blog sabem que nos últimos anos postamos várias advertências sobre os péssimos padrões de segurança contra incêndios na Torre Grenfell e, de um modo geral, em todo o bairro”, diz a mensagem da organização.
“Dissemos que uma catástrofe como esta era inevitável e só questão de tempo”, acrescenta.
A organização cita diversos textos nos quais já advertia sobre os riscos de incêndio tanto para a Câmara Municipal, que é a proprietária do edifício, como para os administradores da propriedade, a Organização de Gestão de Residentes de Kensington e Chelsea.
Vários moradores que escaparam com vida do fogo denunciaram que os alarmes de incêndio no interior do edifício não soaram.
O Grupo de Ação de Grenfell foi fundado em 2010 para proteger o bairro contra a especulação imobiliária. Em seu blog afirma que durante anos denunciou “o péssimo tratamento recebido pela nossa comunidade” por parte da prefeitura. O edifício atingido está situado em North Kensington.
Desespero
Testemunhas acompanham emocionadas o trabalho de combate ao fogo e resgate de vítimas do incêndio no edifício Grenfell Tower no bairro North Kensington, em Londres
Testemunhas que estavam no local contam que, em uma tentativa desesperada de salvar seus filhos, vários adultos lançaram crianças pelas janelas da Grenfell Tower. Um bebê foi salvo após ter sido lançado por uma mulher do nono ou décimo andar, contou a moradora Samira Lamrani, à agência de notícias Press Association.
Lamrani, que estava fora do edifício contou como era possível ver “pessoas nas janelas batendo freneticamente e gritando”. “Em uma das janelas, no nono ou décimo andar, havia uma mulher fazendo sinais, explicando que ia jogar seu bebê e pedia que alguém o segurasse”, contou.
Segundo o relato, um homem escutou a súplica da mulher e conseguiu pegar a criança, que aparentemente sobreviveu. (Abr)