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quarta-feira, 17 de dezembro de 2025
Análise

Votação de denúncia contra Temer pode suspender recesso

Possibilidade do adiamento das férias dos parlamentares foi aventada pelo presidente da Câmara dos Deputados

Sheyla Sousapor Sheyla Sousa em 16 de junho de 2017
Votação de denúncia contra  Temer pode suspender recesso
Possibilidade do adiamento das férias dos parlamentares foi aventada pelo presidente da Câmara dos Deputados

Em entrevista concedida ontem (15) ao jornal O Estado de S. Paulo, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), admitiu a possibilidade de o Congresso Nacional suspender o recesso parlamentar para analisar um possível pedido de denúncia contra o presidente Michel Temer a ser feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

Maia afirmou que, em sua opinião, essa questão pode, sim, justificar uma suspensão do recesso, porém que só tomaria a decisão após consulta ao plenário da Câmara.  “Parar [a votação] no meio do recesso, é claro que não tem condição. Tem que começar uma eventual discussão sobre esse assunto, tendo início meio e fim. Para o Brasil, isso é fundamental”, disse.

Assim que for apresentada pela  Procuradoria-Geral da República (PGR), a denúncia deve ser enviada à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. Segundo o regimento interno da Casa, o colegiado terá 15 sessões para analisar o caso, sendo dez para a apresentação da defesa do presidente e, após isso, mais cinco para o relator apresentar seu parecer. Após ser votada no colegiado, a denúncia tem de ser apreciada no plenário

Todos esses procedimentos levariam, em condições normais, ao menos um mês e meio. A recomendação do Palácio do Planalto, porém, é não usar todo o período permitido para a defesa. Maia negou que pretenda fazer qualquer tipo de alteração na tramitação do pedido.

“Minha opinião é que, se a denúncia chegar, vai tramitar na base regimental, não vamos suprimir nada até porque não pode: 10 sessões para a defesa do presidente e cinco sessões para o relator. Vota na comissão e depois de duas sessões pode votar em Plenário”, afirmou.


Resistências

Nos bastidores, líderes governistas dizem, porém, que há forte resistência dos parlamentares a suspender o recesso de julho, mês de férias escolares. Já o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), afirmou que o período de férias está mantido entre os dias 18 e 31 de julho.

Para que o Congresso Nacional seja convocado extraordinariamente no mês de julho há dois caminhos regimentais. O primeiro deles é a convocação conjunta dos presidentes da Câmara e do Senado. O segundo é a aprovação de requerimento nesse sentido pela maioria absoluta dos integrantes das duas Casas, ou seja, por pelo menos 257 deputados e 42 senadores. 

Interlocutores do governo lembram, porém, que há ainda uma terceira via, considerada ainda mais fácil. Oficialmente, o Congresso só pode entrar em recesso em julho se aprovar a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Caso não aprove, Câmara e Senado entram no chamado “recesso branco”, quando oficialmente parlamentares não estão em recesso, mas não há sessões no plenário e nas comissões. (Redação com agências) 

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