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domingo, 24 de novembro de 2024
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Congresso

Ronaldo Caiado e Fernando Henrique Cardoso defendem as eleições diretas

O senador goiano Ronaldo Caiado (DEM) voltou a defender a antecipação das eleições diretas durante um evento realizado na Capital

Postado em 17 de junho de 2017 por Sheyla Sousa
Ronaldo Caiado e Fernando Henrique Cardoso defendem as eleições diretas
O senador goiano Ronaldo Caiado (DEM) voltou a defender a antecipação das eleições diretas durante um evento realizado na Capital

Venceslau Pimentel

A decisão do Supremo Tribunal Federal (TSE) de não cassar a chapa formada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (PMDB), nas eleições de 2014, faz engrossar o coro de políticos pela realização de eleições diretas, sob a alegação de que Temer não teria mais condições para continuar no cargo, já que a cada dia ele perde apoio no Congresso Nacional.

Em evento em Goiânia esta semana, o senador goiano Ronaldo Caiado (DEM) voltou a defender antecipação das eleições diretas. Mas a surpresa ficou por conta da declaração do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), que destoa da posição tomada pelo seu partido, de não abandonar o barco de Temer.

Caiado falou sobre o assunto durante um congresso da Academia Brasileira de Neurologia, em Goiânia, ao comentar que a saída de Temer aliviaria a crise econômica que o país enfrenta. “No momento que o presidente é atingido do ponto de vista ético e moral com essas delações, ele perde essa condição de alavancar as reformas necessárias para o país”, disse o senador, referindo-se às delações do dono da JBS, Joesley Batista, e da gravação que ele fez da conversa com o presidente no Palácio do Jaburu.

Aproveitando o ambiente tomado por profissionais da saúde, o senador fez analogia entre a situação de Temer, cada vez mais delicada, politicamente, e de um paciente com cirurgia marcada. Se este sofrer um agravo em sua situação, ele frisou que a primeira medida é antecipar a intervenção para salvar o paciente. No caso do presidente, a saída seria marcar novas eleições.

Em que pese o posicionamento de Caiado, o Democratas ainda dá sustentação à permanência de Mendonça Filho no comando do Ministério da Educação. No entanto, no mês passado, circulou informação de que ele deixaria a pasta, o que ainda não foi confirmado. Qualquer decisão que vier a tomar, ele disse que comunicaria primeiro ao presidente.

Da mesma forma, o PSDB decidiu manter os quatro ministérios que o partido comanda na Esplanada: Aloysio Nunes (Itamaraty), Bruno Araujo (Cidades), Luislinda Valois (Direitos Humanos) e Antonio Imbassahy (Articulação Política). Araújo até ensaiou a sua saída, mas foi convencido a ficar no cargo.

Mas as divergências internas, no PSDB, ficaram mais evidentes com a declaração de FHC, ao sugerir que Michel Temer tomasse a iniciativa de articular eleições gerais, mas sem atropelar a Constituição. Em artigo recente ele disse: “Ha quem pense que a política é como as nuvens, move-se depressa e refaz incessantemente suas configurações. Talvez. Contudo, nas democracias, a despeito do jogo político ser variável existem regras na Constituição que só se mudam seguindo os preceitos nela definidos. Quanto mais haja agitação e incertezas, menos se devem buscar atalhos e mais seguir a Constituição”.

O posicionamento do ex-presidente tucano é colocado no momento em que o Palácio do Planalto às vésperas de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentar denúncia contra Temer, como resultado do inquérito a que o presidente responde no Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação é de corrupção passiva, participação em organização criminosa e obstrução da Justiça.

A articulação que estaria em andamento tanto no Palácio do Planalto, quanto no Congresso Nacional, para salvar a pele do presidente, seria barrar a aceitação da denúncia na Câmara dos Deputados. No caso, são necessários 342 votos de um total de 513 deputados.

A movimentação dos governistas se dá no momento de mais uma baixa na Esplanada dos Ministérios. Indicação do PPS, João Batista de Andrade deixou o Ministério da Cultura. Há também informações de bastidores que falam sobre uma eventual saída de Raul Jungmann, que é filiado ao PPS, do Ministério da Defesa.

De igual forma, o ambiente não parece ser favorável ao presidente, já que Wesley Batista é visto como um fantasma a rondar o Palácio do Jaburu. O dono da J&F prestou depoimento à Procuradoria da República no Distrito Federal sobre contas no exterior irrigadas com recursos de propinas que teriam sido supostamente beneficiados os ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. As duas contas teriam movimentação US$ 150 milhões. Os dois negam.

Foto: Andre Corrêa/Agência Senado 

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