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sábado, 28 de dezembro de 2024
RELAÇÕES EXTERIORES

Diretor-geral da OMC diz que globalização do comércio não é causa do desemprego

69% dos empregos atuais do setor industrial brasileiro tendem a desaparecer com o avanço tecnológico

Postado em 28 de junho de 2017 por Lucas de Godoi
Diretor-geral da OMC diz que globalização do comércio não é causa do desemprego
69% dos empregos atuais do setor industrial brasileiro tendem a desaparecer com o avanço tecnológico

O diretor-geral da Organização Mundial do Comércio,
embaixador brasileiro Roberto Carvalho de Azevêdo, disse aos deputados da
Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara que é um erro
culpar a globalização do comércio pela perda de empregos.

Segundo ele, o desemprego é estrutural e pode ser sentido
com mais força na indústria. Azevêdo afirmou que 69% dos empregos atuais do
setor industrial brasileiro tendem a desaparecer com o avanço tecnológico.

Azevêdo fez os comentários em resposta aos questionamentos
do deputado Nelson Pellegrino (PT-BA) sobre os movimentos protecionistas de
vários países, entre eles a Inglaterra e os Estados Unidos.

Na opinião de Azevêdo, há uma tendência de culpar o comércio
global pelo aumento do desemprego. “Se nós caminharmos por aí, vamos ter
um problema seríssimo porque não só haverá um agravamento da desaceleração da
economia mundial, mas haverá sobretudo uma não resposta ao problema real.”

Segundo o embaixador, uma solução passa por educação, passa
por treinar a força de trabalho, passa por preparar o estudante para o emprego
do século 21. “Uma porcentagem enorme de alunos que estão entrando na escola
primária hoje vão terminar trabalhando em empregos que não existem hoje.”

Roberto Azevêdo conversou com os deputados da comissão
direto de Genebra, na Suíça, por um sistema de videoconferência; inaugurado
pela Comissão de Relações Exteriores com a audiência. O brasileiro foi
recentemente eleito para um segundo mandato à frente da OMC, cargo que exerce
desde 2013.

Lento crescimento do comércio

Além do problema do movimento “anti-comércio”,
Azevêdo afirmou que o mundo ainda vive um lento crescimento econômico como
consequência da crise de 2008. Segundo ele, em 2016, o comércio mundial cresceu
apenas 1,3%. Para 2017, o crescimento também deve ficar abaixo de 3% pelo sexto
ano consecutivo; algo, segundo o diretor-geral da OMC, inédito nos últimos 70
anos.

Como projetos em andamento, Roberto Azevêdo citou a
negociação de um acordo entre vários países para a facilitação do comércio de
serviços. Um acordo para a facilitação do comércio de mercadorias em geral, do
qual o Brasil é signatário, entrou em vigor em fevereiro. Azevêdo acredita que
o tratado poderá, quando totalmente implementado, reduzir os custos do comércio
no País entre 12 e 14%.

(Agência Câmara
Notícias) 

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