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sábado, 23 de novembro de 2024
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Negociações

Com Temer, Brasil assume presidência temporária do Mercosul

O país deve buscar o fortalecimento da integração regional e da agenda externa do bloco comercial com outros países e continentes

Postado em 21 de julho de 2017 por Thais Tomás
Com Temer
O país deve buscar o fortalecimento da integração regional e da agenda externa do bloco comercial com outros países e continentes

O presidente Michel Temer participa hoje (21) da 50ª Reunião
do Conselho do Mercado Comum e Cúpula do Mercosul e Estados Associados, em
Mendoza, na Argentina. Entre os temas a serem discutidos na reunião estão as
negociações para um acordo do bloco com a União Europeia, além de assuntos
políticos e econômicos e relacionados a direitos humanos. A situação da
Venezuela também pode ser discutida durante a Cúpula.

O encontro marca a entrada do Brasil na presidência
temporária do Mercosul pelos próximos seis meses. O país deve buscar o
fortalecimento da integração regional e da agenda externa do bloco comercial
com outros países e continentes.

Expectativas

Ao chegar a Mendoza, na noite de ontem (20), o presidente
Temer falou sobre a expectativa para o período em que o Brasil estiver
exercendo a presidência do Mercosul. “Espero continuar o trabalho que o
presidente Macri [Mauricio Macri, presidente da Argentina] desenvolveu com
tanta propriedade ao longo desse semestre”, afirmou em entrevista. Nos
últimos seis meses, a Argentina esteve na presidência do Mercosul.

Hoje, pela manhã, os chefes de estados participam da sessão
plenária do Mercosul, seguida de um almoço de trabalho. Antes do almoço, Temer
fará um pronunciamento que marcará o início da presidência do Brasil no bloco.
O presidente embarca de volta ao Brasil no meio da tarde. 

Análise

O coordenador do MBA em Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV), Oliver Stuenkel, acredita que mesmo com a crise política, a presidência brasileira do Mercosul deverá ser centrada na recuperação econômica do bloco e as relações e acordos internacionais no setor, como ocorreu desde a liderança de Macri.

De acordo com o professor da FGV, as negociações para um acordo bilateral entre a União Europeia e o Mercosul deve dar o tom da presidência brasileira, já que líderes de ambos os lados esperam que o pacto seja fechado até o fim deste ano. Pelo fato do documento ser feito por “equipes técnicas que trabalham de forma independente”, Stuenkel salienta que as turbulências em Brasília não vão afetar as negociações. 

Oliver Stuenkel diz ainda que a crise na Venezuela deve ser o principal problema político a ser enfrentado pelo Brasil, porém, relata que o governo brasileiro não tem condições de influenciar nesta situação agora. Segundo ele, a melhor via seria a Organização dos Estados Americanos (OEA).

“Está muito evidente que o governo chavista tem pouco interesse em negociar”, diz. E o Brasil, por outro lado, “perdeu a janela de oportunidade que tinha [de negociar] quando estava um pouco melhor”, ressalta Stuenkel.

O professor da FGV destaca também que o Brasil terá debates focados em outras parcerias, como no caso de um pacto de livre comércio do EFTA (European Free Trade Association), que reúne países europeus que está fora da zona do euro e uma tentativa de aproximação com a Aliança do Pacífico.  

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