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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Retorno

Com atraso para obter licenças, Samarco volta a operar em 2018

Contudo, mesmo após a obtenção dos documentos, a empresa calcula que precisará de, pelo menos, seis meses para realizar obras estruturais de engenharia para preparação da cava

Postado em 25 de julho de 2017 por Thais Tomás
Com atraso para obter licenças
Contudo

Com as operações suspensas desde novembro de 2015, após o
rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana (MG), na maior tragédia ambiental
do país, que causou a morte de 19 pessoas, a mineradora Samarco só retomará as
atividades em 2018. A previsão inicial da companhia era retomar a produção no
segundo semestre deste ano.

Para voltar a operar, a Samarco, que tem como acionistas a
Vale e a BHP Billiton, ainda precisa de duas licenças ambientais junto à
Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas
Gerais (Semad): uma de liberação da cava [cova resultante de atividade
mineradora] de Alegria do Sul, no município de Ouro Preto (MG), que a companhia
pretende utilizar como depósito de rejeitos ao retomar suas operações; e a
aprovação do Licenciamento Operacional Corretivo (LOC), determinado pelo governo
do estado, para revalidação das licenças de todo o Complexo de Germano,
suspensas desde outubro de 2016.

Contudo, mesmo após a obtenção dos documentos, a empresa
calcula que precisará de, pelo menos, seis meses para realizar obras
estruturais de engenharia para preparação da cava.

De acordo com estudo sobre o impacto financeiro da
paralisação da mineradora em 2017 encomendado à Tendência Consultoria
Integrada, com a revisão dos prazos para a mineradora voltar a operar, deixarão
de ser arrecadados no próximo ano R$ 989 milhões em impostos federais,
estaduais e municipais. Além disso, cerca de 20 mil vagas diretas e indiretas
de emprego estão em risco.

Processos

O processo para liberação da cava está em andamento, tendo
sido realizadas, pela Semad, em dezembro do ano passado, duas audiências
públicas, uma em Mariana e outra em Ouro Preto, para discutir o assunto. Em
novembro, o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) concedeu a
anuência para a utilização da cava. No entanto, o licenciamento do governo
mineiro é obrigatório.

Já o segundo processo trata do chamado Licenciamento
Operacional Corretivo (LOC). Esse processo depende da entrega, pela mineradora,
de um Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA/Rima). A empresa diz que o
documento passa por estudos internos e não tem prazo para ser entregue à Semad.

De acordo com a assessoria de imprensa da Samarco, a
finalização do estudo depende da anuência das prefeituras de cinco municípios
que estão no entorno do complexo industrial da empresa. Quatro já concederam a
anuência, menos o município de Santa Bárbara.

Retorno

A Samarco pretende retomar as operações com 60% de sua
capacidade produtiva. A cava de Alegria do Sul pode armazenar aproximadamente
17 milhões de metros cúbicos de rejeitos e não tem conexão física com o
Complexo de Germano, ao qual pertencia a Barragem de Fundão.

De acordo com a proposta, a estrutura seria utilizada por
dois anos e, nesse período, a mineradora se encarregaria de apresentar
alternativas para os anos posteriores. Ao dar o seu aval à mineradora, o DNPM
considerou que “a solução proposta é extremamente segura”.

A intenção da Samarco é produzir aproximadamente 36,7
milhões de toneladas de minério de ferro nos dois primeiros anos após a
retomada. 

Agência Brasil

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