Márcio Souza

Quando falamos em avó, provavelmente o que vem à sua cabeça é
uma senhora de cabelos brancos, sentada no sofá, indisposta que quer apenas
assistir o capítulo de sua novela sem ser incomodada. Se você pensou nessas
coisas, saiba que as vovós de hoje em dia passam longe de serem acomodadas e
desatualizadas. Dispostas, atualizadas e alternativas, são os sobrenomes delas!

Nada de ficar quieta pelos cantos, sem se movimentar. Algumas
vovós são pra lá de ativas. A moradora do Setor Aeroviário, em Goiânia, Maria
Helena, ou apenas “Lena”, como carinhosamente gosta de ser chamada, de 65 anos,
pratica exercícios físicos pelo menos três vezes por semana, além de fazer
caminhada regulamente. “Sempre estou em movimento. Acredito que a pessoa que
faz exercícios diariamente é mais saudável, mais feliz. Muitas mulheres quando
passam dos 60 anos não querem fazer mais nada. É preciso se movimentar. A vida
continua”, frisa.

Envelhecer faz parte da vida. Mas essa jornada através dos
anos pode ser mais bem aproveitada quando se tem saúde. Além dos
exercícios físicos, Dona Lena não dispensa o yoga. “Yoga me dá equilíbrio. Estou
sempre me alongando. Fujo de sintomas de depressão, tristeza. Temos que ir em
busca de qualidade de vida”, ressalta.

“Não é porque a pessoa ficou velha que tem que sentar e
entregar os ‘pontos’. Tem que ter disposição. Não pode perder a alegria de
viver, jamais”, conclui.

Nunca é tarde para conhecer novos lugares

Não tem essa de idade quando o assunto é viajar. O importante
é deixar o sofá de casa e conhecer diversos lugares do país e do mundo. E é
exatamente isso que a terceira idade está fazendo. A aposentada de 69 anos, Ana
Pereira Silva, ama viajar. “Já estou com os filhos e netos criados, então agora
é a minha vez de viajar, descobrir coisas novas. Comecei a viajar com mais frequência
a partir de 2014. Temos que aproveitar a vida, pois ela é curta”.

A moradora de Goiânia está sempre na estrada. Santa Catarina, Paraná, Pará, Rio de Janeiro, Bahia, Minas Gerais, além de cidades do
interior de Goiás, são apenas alguns lugares que a aposentada visitou. “Se o
dinheiro está dando, e temos a oportunidade de viajar, pra quê ficar parado,
não é?”, questiona com gargalhadas.

A aposentada foi para a Bolívia duas vezes, conheceu a cidade
de San Ignácio de Velasco. “Eu sinto que estou vivendo a melhor fase da minha
vida”, afirma.

Estar rodeada de amigos e familiares faz parte da rotina de
Ana que, também, é uma cozinheira de ‘mão cheia’. “Sempre que viajo em grupo,
sou eu quem cozinho. Faço comida pra muita gente. Não tem tempo ruim, não”. É
isso aí, dona Ana!

Música e diversão

Uma das características da relação entre avós e netos é o
fato de ser mais liberal. Não tem jeito, avó sempre vai mimar seus netos. Otávio,
de 06 anos, é a alegria da casa da Eliane Ramos, de 48 anos, moradora de Duque
de Caxias, Rio de Janeiro.

“Por causa do meu neto, passei a gostar de filmes da Marvel
Avengers. Sempre que tenho uma folguinha, corro para o cinema pra assistir
filme com ele. Na parte da manhã fazemos tarefas escolares. Por volta de 13h o
deixo na escola e vou para a academia”, conta.

Ainda segundo Eliane, malhar e fazer as atividades de casa,
só se for ao som de boa música. Ou melhor, ao som de Karol Conka.

“Amo dançar! Amo as músicas da Karol Conka, principalmente ‘É
o Poder’ , ‘Tombei’ e o mais recente single ‘Farofei’. Ela umas das cantoras
que admiro por ser uma mulher que transmite força que muitas mulheres precisam.
Levanta a bandeira contra o preconceito racial. Apesar da dificuldade da vida,
ela é uma guerreira. A conheço antes mesmo fazer sucesso. Comecei a acompanhá-la
depois de assistir uma entrevista na TV. Suas músicas sempre tem uma mensagem
por trás. Sempre estou ouvindo músicas dela. Se não tenho, peço para baixarem
no meu celular”, explica.

Perceberam, né pessoal? Não importa se tem 15, 30 ou 70 anos,
o importante é aproveitar a vida da melhor maneira possível. Essas vovós
modernas nos ensinam que nunca é tarde para aprender o novo.  Devemos sempre estar abertos às novidades,
sem ideias pré-concebidas e posições muito rígidas. Uma mente aberta ao
aprendizado é uma mente flexível e que não se acomoda em sua zona de conforto.