Vice-presidente do Equador depõe em caso de corrupção envolvendo a Odebrecht
Promotoria-Geral do país havia informado que investiga mais de 20 ex-membros do governo
O vice-presidente do Equador, Jorge Glas, prestou depoimento
nesta quarta-feira (9) à Promotoria-Geral do Estado, em Quito, sobre dois casos
de corrupção, um relacionado com a construtora brasileira Odebrecht e outro
sobre questões petroleiras.
Glas chegou ao local às 8h15 locais (10h15 em Brasília) para
ser ouvido sobre possíveis irregularidades em um contrato de 2012 para
exploração de um campo de petróleo na Amazônia. O vice-presidente também
prestará depoimento à promotora Diana Salazar, responsável por apurar o
escândalo que envolve o pagamento de propinas pela Odebrecht no país. A sede da
Promotoria-Geral teve a segurança reforçada hoje para o depoimento.
Na semana passada, a Promotoria-Geral do Equador informou que
investiga mais de 20 ex-membros do governo, incluindo o vice-presidente, cujo
nome aparece ligado ao esquema movimentado pela Odebrecht.
Jorge Glas negou na última sexta-feira uma nova versão
apresentada por José Conceição Filho, ex-diretor da construtora no Equador, que
afirma que a Odebrecht pagou a Glas um total de US$ 14,1 milhões entre 2012 e
2016. “A nova denúncia é uma adaptação grosseira do mesmo delator e
corrupto confesso, que, além disso, agora usa espionagem política. Não nos
derrotarão!”, escreveu o vice-presidente em sua conta no Twitter.
Após ser retirado de suas funções por Lenín
Moreno, presidente do Equador, Glass criticou o próprio governo, reforçou que a
denúncia do ex-diretor da construtora brasileira no país foi
“forjada”. “É outra parte da vingança da Odebrecht para tentar
me prejudicar. Sabem que somos o empecilho para seus atos corruptos”,
afirmou.