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segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
STF

Moraes quer mais discussão antes de mudança em mandato de ministros do Supremo

Proposta de mandato de 10 anos foi aprovada quinta-feira (10) na comissão especial da Câmara dos Deputados

Postado em 11 de agosto de 2017 por Victor Pimenta
Moraes quer mais discussão antes de mudança em mandato de ministros do Supremo
Proposta de mandato de 10 anos foi aprovada quinta-feira (10) na comissão especial da Câmara dos Deputados

O ministro
do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse nesta sexta-feira
(11) que, antes de discutir a delimitação do tempo de mandato dos ministros da
Suprema Corte, hoje vitalício, é preciso discutir o sistema, porque atualmente
o país não tem no STF só um tribunal constitucional, como ocorre na Europa, com
apenas uma função – analisar a constitucionalidade das leis. A proposta de
mandato de 10 anos foi aprovada quinta-feira (10) na comissão especial da
Câmara dos Deputados que discute a reforma política.

“Nos sistemas onde os tribunais também são cortes de
julgamento, a regra é a vitaliciedade. Não há lógica constitucional em
introduzir um único tópico de um sistema em outro sistema. Ou nós discutimos,
ou podemos depois ter problemas de compatibilidade. Para nós, o melhor sistema
é o atual. A regra da vitaliciedade dá a necessária independência e autonomia
para o magistrado julgar os casos concretos”, afirmou, após participar do
encerramento da 15ª Semana Jurídica da Corte, promovida pelo Tribunal de Contas
do Estado de São Paulo (TCE-SP).

Ele reforçou que o sistema de mandato só existe nos regimes
parlamentaristas para que o sistema vitalício não engesse as decisões e permita
a nova análise de leis. “O tribunal constitucional nos países europeus
funciona como uma terceira câmara do Parlamento porque é ele [o tribunal] que
retira, ou não, as leis. No caso do Brasil, o STF acaba sendo a última corte
penal do país, seja pelas ações penais, seja em virtude dos habeas
corpus
”.

Sobre a adoção do chamado distritão, Moraes disse ainda que
esperará a decisão final sobre esse sistema para analisar a
constitucionalidade. “Precisa, primeiro, aguardar passar e, segundo, ver
como vai passar. Não há uma redação final; então, não é possível analisar
ainda.”

A comissão especial da Câmara que analisa a reforma política
aprovou na madrugada de quinta-feira um destaque que modificou o texto-base
aprovado na noite anterior da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03 e
alterou o sistema eleitoral para as eleições de 2018 e 2020, que passará a ser
feita pelo nomeado distritão.

Por esse sistema, serão eleitos os candidatos mais votados para o
Legislativo, sem levar em conta os votos recebidos pelo conjunto dos candidatos
do partido, como é o sistema proporcional adotado atualmente. 

Agência Brasil

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