Trabalho feito por puro amor
Altruísmo e solidariedade são valores morais socialmente constituídos vistos como virtude do indivíduo
Gislaine Xavier*
Ser voluntário é doar seu tempo, trabalho e talento para
causas de interesse social e comunitário, e com isso, melhorar a qualidade de
vida da comunidade. De acordo com a definição das Nações Unidas, “o
voluntário é o jovem ou o adulto que, devido a seu interesse pessoal e ao seu
espírito cívico, dedica parte do seu tempo, sem remuneração alguma, a diversas
formas de atividades, organizadas ou não, de bem estar social, ou outros
campos”.
O trabalho voluntário é regido pela Lei do Voluntariado (Lei
nº 9.608/98), que, entre outras atribuições, não gera vínculo empregatício e
nem obrigações trabalhistas ou previdenciárias.
Em Goiânia, o grupo voluntário Alegria coloca seu projeto em prática em diversos hospitais da
capital. Trabalhando aproximadamente há cinco anos, o grupo atende todos os
tipos de pacientes, inclusive crianças com câncer. Segundo a coordenadora do
grupo, Ellen Quétsia Alves, o trabalho voluntário não se resume em apensar doar-se
por uma causa. “Muitas pessoas acham que o voluntariado é sobre doar, mas acaba
que em nossas visitas recebemos muito mais do que doamos. Cada sorriso que
conseguimos tirar de um paciente tem o poder de mudar nosso dia. Cada história
ou um ‘muito obrigado recebido’ faz com que sintamos que no final de tudo a
vida vale a pena. E que o amor sempre compensa”, afirma coordenadora.
Ellen ainda ressalta que neste tipo de trabalho a principal
motivação é a sensação de satisfação. “Nossa principal motivação é o amor, os
sorrisos que recebemos em cada visita. Acreditamos que o bem transforma primeiro
quem faz e depois quem recebe. Em um mundo onde todas as notícias costumam ser
sobre o egoísmo, sobre violência ou sobre tristezas, nós escolhemos acreditar
que o amor que espalhamos possa ser uma luz iluminando esse mundo”, acrescenta.
Em recente estudo realizado na Fundação Abrinq pelos
Direitos da Criança, definiu-se o voluntário como um ator social e agente de
transformação, que presta serviços não remunerados em benefício da comunidade.
É aquele que doa seu tempo e conhecimentos, em função da realização de um
trabalho gerado pela energia de seu impulso solidário, atendendo tanto às
necessidades do próximo ou aos imperativos de uma causa, como às suas próprias
motivações pessoais, sejam estas de caráter religioso, cultural, filosófico,
político, emocional.
Outro grupo que também desenvolve trabalho voluntário, porém
voltado somente para crianças é o Palhacia. Com visitas semanais ao Hospital da
Criança e quinzenais ao Hospital Infantil de Campinas, o Palhacia é uma ONG sem
fins lucrativos. Um dos membros, o voluntário Dannyllo Mourão, acredita que este
tipo de trabalho é enriquecedor. “Quando vestimos toda a roupa, fazemos toda a
maquiagem e colocamos o nariz, esquecemos a vida que temos fora do projeto, nos
importamos apenas em levar um sorriso para as crianças”, descreve Dannyllo.
Em virtude do dia do voluntário comemorado nesta
segunda-feira (28), a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), por meio do
Centro Goiano de Voluntários (CGV) realiza um evento para celebrar a data ao
lado de quem exerce atividade com o objetivo de mostrar a importância de se
ajudar o outro sem querer nada em troca, às 8h no auditório da OVG.
Uma das iniciativas da OVG em seu programa de voluntariado, o
CGV é, desde 2001, responsável por capacitar, encaminhar e orientar
instituições, pessoas interessadas no trabalho voluntário. Desta maneira, o CGV
está apto a promover a cultura do voluntariado, a fim de difundir informações,
multiplicar experiências bem sucedidas e tornar viáveis parcerias para
desenvolvimento na área. Regido por lei, o trabalho voluntário não gera vínculo
empregatício e pode ser feito por qualquer pessoa. Para ser voluntário, basta
entrar em contato com o Centro, pelo celular 98122-8909, e fazer o pré-cadastro
para participar do processo de capacitação.
Fotos: Divulgação
*Gislaine Xavier é
integrante do programa de estágio do jornal O Hoje, sob a supervisão de Naiara
Gonçalves