Jovens são os mais afetados pela crise econômica, diz Ipea
A pesquisa mostrou que os jovens também têm maiores dificuldades de conseguir emprego e mais chances de ser demitidos
Os movimentos do mercado de
trabalho brasileiro mostram que a crise econômica enfrentada pelo país atinge
com mais intensidade os mais jovens, que também têm maiores dificuldades de
conseguir emprego e mais chances de ser demitidos. A informação foi foi
divulgada hoje (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), na
seção Mercado de Trabalho do blog da Carta de Conjuntura.
No segundo trimestre deste ano,
do total de desempregados com idade entre 18 e 24 anos, apenas 25% foram
recolocados no mercado de trabalho, atingindo um nível bem abaixo do observado
no início da pesquisa em 2012, de 37%. As análises são feitas com base nos
microdados extraídos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua
(Pnadc), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os pesquisadores destacam que,
além disso, entre os que perderam o emprego, o segmento dos mais jovens forma o
grupo com maior perda percentual de ocupação. De 2012 a 2017, os trabalhadores
com idade entre 18 e 24 anos que estavam ocupados e foram dispensados, passou
de 5,2% para 7,2%.
“Os dados salariais revelam que,
além de receber as menores remunerações, o grupo dos trabalhadores mais jovens
apresenta queda de salário [de 0,5% na comparação com o mesmo período de 2016].
Na outra ponta, os empregados com mais de 60 anos elevaram em 14% seus ganhos
salariais, na mesma base de comparação”, diz o documento.
De abril a junho deste ano,
enquanto os empregados com mais de 60 anos receberam, em média, R$ 2.881,
aqueles com idade entre 18 e 24 anos obtiveram remuneração média de R$ 1.122.
Segundo o Ipea, no segundo
trimestre, o país tinha aproximadamente 13,5 milhões de desocupados, entre os
quais 65% com idade inferior a 40 anos.
Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução