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quarta-feira, 25 de dezembro de 2024
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Aécio classifica decisão do STF de “agigantamento” do Judiciário

De acordo com Aécio, a decisão ignora “fatos novos”, como as gravações dos executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud, as quais, segundo ele, “desacreditam as provas anteriormente utilizadas

Postado em 29 de setembro de 2017 por Kamilla Lemes
Aécio classifica decisão do STF de "agigantamento" do Judiciário
De acordo com Aécio

Após
a decisão do plenário do Senado, de se posicionar sobre as medidas tomadas pelo
Supremo Tribunal Federal (STF) de afastamento do mandato e recolhimento
domiciliar noturno do senador Aécio Neves (PSDB-MG), o parlamentar voltou a
fazer críticas à decisão do tribunal.

Por
meio de nota, Neves classificou de “desequilíbrio entre os poderes” e
“agigantamento do Judiciário” o julgamento da 1ª Turma do Supremo
que, por 3 votos a 2, aceitou pedido da Procuradoria-Geral da República e
afastou o senador de suas atividades legislativas.

De
acordo com o parlamentar, a decisão ignora “fatos novos”, como as
gravações dos executivos da JBS Joesley Batista e Ricardo Saud, as quais,
segundo ele, “desacreditam as provas anteriormente utilizadas”.
Conforme o comunicado, as delações dos funcionários da empresa ocorreram em um
contexto “absolutamente obscuro e ilegal”.

“Depoimentos
prestados pelos próprios delatores indicam a prévia atuação e conhecimento de
membros do MP quanto a gravação espúria envolvendo o senador Aécio. Assim, as
pretensas provas apresentadas contra o senador são mais do que duvidosas. São
fabricadas e ilegais”, afirmou.

Nesta
quinta-feira (28), por 43 votos a 8, os senadores aprovaram requerimento de
urgência para que a Casa revise, ou não, a decisão do tribunal. A votação do
caso está marcada para a próxima terça-feira (3), mas o plenário da Suprema
Corte deve se posicionar de modo prioritário sobre a autorização de afastamento
parlamentar, como defendeu o ministro Marco Aurélio Mello.

De
acordo com Neves, a decisão do STF, além de “inconstitucional”, é uma
“perigosíssima presunção de culpa”.

“Afora
a inexistência de crime e a ilicitude das provas envolvidas no caso, a
aplicação das chamadas ‘cautelares diversas da prisão preventiva’ são
incabíveis a um senador da República, justamente porque a Constituição Federal,
como proteção à função legislativa, proíbe a prisão preventiva de congressistas
e, por uma razão lógica, a aplicação de medidas que lhe são alternativas”,
complementou o parlamentar.

Segundo
o senador, os advogados devem tomar as “medidas judiciais cabíveis”
depois que a decisão for publicada. “O afastamento de um parlamentar
legitimamente eleito pelo povo de seu cargo é medida que não está autorizada
pela Constituição, pois implica em desequilíbrio entre os poderes da República
e o agigantamento do Judiciário, como reconheceram o

ministro
decano da Turma, Marco Aurélio, e do Ministro Alexandre de Moraes,
constitucionalista e autor de denso estudo sobre o tema”, diz a nota.

Conselho de Ética

Defendendo
que cabe apenas ao Senado afastar temporária ou definitivamente um senador da
República, o PT protocolou nesta tarde uma petição no Conselho de Ética e
Decoro Parlamentar da Casa em desfavor de Aécio Neves.

O
partido pede a instauração de um procedimento disciplinar para apurar se houve
quebra de decoro do parlamentar ao aparecer em um áudio solicitando R$ 2
milhões a Joesley Batista.

No
documento, os petistas solicitam “o recebimento e a instauração de
procedimento disciplinar no âmbito deste Conselho de Ética e Decoro
Parlamentar, com a finalidade de apurar a violação disciplinar deflagrada por
parte do representado, com vistas à cassação do seu mandato”.

Nessa
quarta-feira (27), o PT, o PSDB e outros 10 partidos assinaram o requerimento de
votação do caso em urgência no plenário do Senado, alegando que a decisão não
possui embasamento na Constituição. 


Informações Agência Brasil. (Foto: Reprodução)

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