Inflação deve fechar o ano abaixo de 3%
Segundo o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, índice estimado talvez seja o mais baixo desde 1994
O Brasil deverá fechar o ano com
uma taxa de inflação abaixo de 3%, portanto inferior ao centro da meta de 4,5%
fixada pelo Banco Central para 2017. A expectativa foi manifestada ontem pelo
ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, que participou, na sede do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de coletiva para marcar o início
do Censo Agropecuário 2017.
Na avaliação do ministro Dyogo
Oliveira, o país vive um processo saudável de recuperação da economia, que se dá
em bases puramente reais e sem a necessidade de estímulos do governo, “que tem
sido bastante comedido do ponto de vista de incentivos à economia”.
“A inflação deve fechar o ano
abaixo de 3%, talvez o nível mais baixo desde o início do Plano Real, e as projeções
para 2018 vêm caindo para menos de 4%, o que deixa espaço para um processo de
política monetária mais benigno”, disse.
Dyogo de Oliveira ressaltou o
fato de que a economia brasileira vem se recuperando como um todo. “Quando você
olha os dados da indústria, o crescimento é de mais de 2%, o rendimento médio
real vem crescendo em torno de 3%, assim como a massa salarial. Por outro lado
o desemprego, cuja taxa já chegou a 13,7%, agora se encontra em 12,8%”.
Para ele, até o final do ano, a
economia continuará sua recuperação gradual, contínua e sem sobressalto.
“Haverá uma recuperação gradual e
continuada em bases muito sólidas e que deixará pra 2018 um saldo muito
positivo, tanto do ponto de vista da inflação mais baixa, porque tem menos
inércia, e de outro, com o nível de atividade muito mais alto. Então, 2018
começa a despontar como um ano muito positivo para a economia brasileira”,
acredita.
A avaliação do titular da pasta
do Planejamento é de que, dentro deste cenário, há espaço para que o governo continue
a buscar, “de um lado o equilíbrio nas contas públicas e de outro uma política
monetário e de crédito mais favorável aos investidores – com uma oferta muito
mais ampla nos próximos anos e com taxas mais baixa do que aquelas que
estávamos historicamente habituados”.
Como consequência, acredita Dyogo
Oliveira, haverá uma mudança considerável no panorama da economia, com muito
mais espaço para que o setor privado financie projetos mais robustos.
Questão fiscal
Ao defender a aprovação da
Reforma da Previdência, o Ministro do Planejamento alertou para o fato de que a
questão fiscal continua sendo o grande desafio para o país. Segundo ele, o país
vai conviver com déficits fiscais elevados pelos próximos anos: “A previsão é
de que teremos resultados negativos pelos próximos sete anos”.
Por isso mesmo o governo
continuará “duramente empenhado na solução do ajuste fiscal e do reequilíbrio
das contas públicas, e já sabemos que não será possível fazer isto em um
período muito curto de tempo”.
Oliveira disse que somente a
Previdência Social representa 50% das despesas do governo. “E todo este déficit
é derivado da Previdência que hoje chega a R$ 260 bilhões por ano”.
“O déficit é preocupante, vem
crescendo de maneira muito rápida e vem desequilibrando as contas públicas e
consumindo todo o orçamento. Pra 2018, por exemplo, só o crescimento da
Previdência ocupa todo o espaço de crescimento do teto dos gastos”, disse.
Por isso mesmo, do ponto de vista
do governo, “a Reforma da Previdência continua sendo a principal prioridade
para o programa de ajuste fiscal. Temos que insistir no texto que foi aprovado
na Comissão, que foi bastante satisfatório”, avaliou. (Abr)