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quinta-feira, 29 de agosto de 2024
Rejeição

Temer vence votação na CCJ

CCJ aprova relatório pela inadmissibilidade de denúncia contra Temer. 39 deputados votaram pelo arquivamento, contra 26 que pediram a continuidade

Postado em 18 de outubro de 2017 por Lucas de Godoi
Temer vence votação na CCJ
CCJ aprova relatório pela inadmissibilidade de denúncia contra Temer. 39 deputados votaram pelo arquivamento

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou
na noite de hoje (18) por 39 votos favoráveis, 26 contrários e 1 abstenção o
parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) pela inadmissibilidade da
segunda denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra
o presidente Michel Temer, pelos crimes de obstrução de Justiça e organização
criminosa. Os ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil, e Moreira Franco, da
Secretaria Geral da Presidência também são citados na denúncia pelo crime de
organização criminosa.

O placar inferior ao registrado na apreciação da denúncia
anterior já era esperado pelo governo. Após uma manobra do PSB, a líder do
partido e aliada do Planalto, deputada Tereza Cristina (MS) foi substituída
pelo oposicionista deputado Júlio Delgado (MG). Com isso, a base governista
teve três votos a menos do que o registrado na votação do parecer do deputado
Paulo Abi-Ackel (PSDB-MG). Naquela ocasião, 42 deputados foram favoráveis ao
parecer que também recomendava a rejeição da denúncia.

Em dois dias de debates, 61 deputados se manifestaram sobre
o parecer elaborado por Andrada. Apenas 13 oradores se manifestaram favoráveis
aos acusados. A maioria dos oradores argumentou que há elementos graves
suficientes para encaminhar a denúncia para investigação. Já representantes da
base aliada sustentaram que as provas são frágeis e que nem o presidente nem os
ministros devem ser afastados por acusações feitas por delatores criminosos.

Ao encaminhar o voto favorável ao parecer de Andrada, um dos
principais articuladores do governo, deputado Carlos Marun (PMDB-MS) foi
veemente ao criticar a denúncia apresentada pelo ex-procurador geral da
República Rodrigo Janot. “Estamos vivendo agora os capítulos finais, capítulos
derradeiros de uma ópera bufa, de um teatro do absurdo, que teve no enredo a
tentativa nefasta de um procurador-geral da República de depor um presidente da
República pelo motivo não republicano de não aceitar que uma desafeta sua
chegasse à posição que hoje exerce [o cargo de procuradora-geral], e falo da
doutora Raquel Dogde”.

Ao encaminhar voto contra o parecer de Bonifácio de Andrada,
o deputado Henrique Fontana (PT-RS) disse que “crimes graves estão
colocando o país na beira do colapso”. “Meu sonho é que milhões de
brasileiros leiam as 250 páginas dessa denúncia consistente, uma denúncia com
provas, uma denúncia que descreve com minúcias uma série de atos criminosos
cometidos contra o nosso país”, afirmou Fontana.

Votação

A votação em plenário deve ocorrer na semana que vem. No
plenário, a denúncia só será autorizada a seguir para o Supremo Tribunal
Federal (STF) se receber o apoio de pelo menos 342 deputados, o equivalente a
dois terços do total de 513 parlamentares da Casa, conforme determina a
Constituição Federal. Segundo o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia
(DEM-RJ), a denúncia será analisada no plenário da Casa na próxima semana.

(Agência Brasil) 

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