Índice de ociosidade da construção civil está em 42%
Levantamento mostra que nível de utilização da capacidade de operação do setor de construção civil ficou em 58% em setembro
A construção civil apresentou, em setembro, um nível de
ociosidade alto, com 42% das máquinas e equipamentos e pessoal parados. De
acordo com a Sondagem Indústria da Construção, divulgada nesta sexta-feira (27)
pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a ociosidade “é fruto da baixa
atividade do setor”.
O levantamento mostra que o nível de utilização da capacidade
de operação do setor de construção civil ficou em 58% em setembro. De acordo
com a CNI, o índice de evolução do nível de atividade ficou em 46,4 pontos em
uma escala de 0 a 100 pontos. O resultado obtido em setembro é 0,3 ponto
inferior ao registrado no mês de agosto.
Ainda segundo a sondagem, o indicador relativo ao número de
empregados recuou para 45,2 pontos, ficando 0,6 ponto abaixo do de agosto.
Nessas escalas, valores abaixo de 50 pontos indicam queda na atividade e no
emprego.
As dificuldades, no entanto, não parecem ter prejudicado a
confiança dos empresários, uma vez que o Índice de Confiança do Empresário da
Construção aumentou pelo terceiro mês seguido, ficando acima de 50 pontos – margem
que separa o otimismo do pessimismo – em outubro. Nesse quesito, o índice ficou
em 53,8 pontos. O resultado está acima da média histórica, de 52,6 pontos. Na
avaliação da CNI, o indicador demonstra otimismo do empresariado com as
condições da economia e das empresas nos próximos seis meses.
“A alta é explicada pela melhor avaliação do componente de
expectativa, que aumentou 0,6 ponto entre setembro e outubro, passando de 57
pontos para 57,6 pontos. O indicador referente às condições atuais manteve-se
estável, em 46,1 pontos, e continua a indicar piora das condições correntes de
negócios”, diz o levantamento da CNI.
Em nota, a economista da CNI Flávia Ferraz considera a
redução dos juros e a recuperação gradual da economia decisivas para a melhora
da confiança dos empresários do setor. “A construção depende muito de
financiamentos e, com a queda dos juros, caem os custos dos empréstimos para os
compradores de imóveis e para as empresas que precisam de financiamentos”,
afirma Flávia.
Segundo a CNI, os empresários estão apostando na recuperação
das atividades do setor, com o indicador de intenção de investimentos subindo
para 30,4 pontos, valor 2,8 pontos superior ao registrado em outubro de 2016.
Entre os problemas apontados pela pesquisa estão
a carga tributária, com 32,3% das menções; a demanda interna insuficiente
(30,6%); a falta de capital de giro (27,7%.); e a taxa de juros elevada
(27,2%). A Sondagem Indústria da Construção de setembro foi feita entre 2 e 17
de outubro com 615 empresas (204 de pequeno porte; 287 de médio; e 124 de
grande porte.
Fonte: Agência Brasil. (Foto: Antonio Paz)