Wesley Batista afirma que não se arrepende de decidir colaborar com a Justiça
Wesley reafirmou que acredita na Justiça brasileira e destacou que jamais descumpriu o acordo de delação celebrado com o Ministério Público
Em depoimento na manhã desta
quarta-feira (8) à Comissão Mista de Inquérito (CPMI) da JBS, o empresário
Wesley Batista, um dos proprietários da empresa, disse que não se arrepende de
ter decidido colaborar com a Justiça brasileira. O empresário afirmou que o processo de
colaboração com o Ministério Público Federal é “imprevisível e
inseguro”.
“O que vejo neste momento
são colaboradores sendo punidos e perseguidos pelas verdades que disseram. As
delações dos últimos anos fizeram o país olhar no espelho”, ressaltou,
avaliando que os brasileiros não gostaram do que viram e, por isso, os
delatores estão sendo punidos, presos, e os delatados estão soltos.
Wesley reafirmou que acredita na
Justiça brasileira e destacou que jamais descumpriu o acordo de delação
celebrado com o Ministério Público.
Após essa introdução, Wesley
Batista invocou a prerrogativa constitucional de permanecer calado – a exemplo
do que fez o ex-diretor da J&F, Ricardo Saud – e segue sem responder às
perguntas dos parlamentares.
A CPMI da JBS ocorre em conjunto
com a CPI do Senado do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES). Essa última investiga irregularidades nos empréstimos concedidos pelo
BNDES no âmbito do programa de globalização das companhias nacionais, em
especial a linha de financiamento específica à internacionalização de empresas,
a partir do ano de 1997.
Adiamento
Wesley chegou ao Senado por volta
de 8h30 acompanhado de policiais federais e advogados e ficou em uma sala
reservada até ser chamado para depor.
Os advogados do executivo
chegaram a pedir à CPI o adiamento do depoimento dele na comissão, mas tiveram
o pedido negado ontem (7) pelo presidente do colegiado, senador Ataídes
Oliveira (PSDB-TO). A defesa de Wesley argumentou que ele deveria ter sido notificado
do depoimento com antecedência, mesmo estando preso.
O empresário está sob custódia da
Polícia Federal desde 13 de setembro, acusado de ter usado informações
privilegiadas sobre a delação feita por ele, seu irmão Joesley e outros
executivos do grupo para ganhar dinheiro no mercado financeiro.
A CPMI da JBS foi criada para
investigar irregularidades envolvendo as empresas JBS e J&F (holding que
controla a JBS) em operações realizadas com o BNDES e sua subsidiária, BNDES
Participações (BNDESPar), ocorridas entre 2007 e 2016. Os parlamentares também
querem investigar os procedimentos do acordo de colaboração premiada entre o
Ministério Público Federal e os acionistas das companhias.
Fonte: Agência Brasil. Foto: Marcelo Camargo/Agb