Agência de energia reduz previsões sobre demanda de petróleo em 2017 e 2018
Os autores do estudo indicaram que também levaram em consideração o encarecimento do preço do barril, que é de cerca de 20% desde o início de setembro
A Agência Internacional da
Energia (AIE) revisou para baixo suas previsões sobre a demanda global de
petróleo em 2017 e em 2018 pelo aumento nos preços do barril e devido às
temperaturas mais suaves que o habitual no começo do inverno no hemisfério
norte.
A correção tem impacto de 311 mil
barris diários a menos no quarto trimestre de 2017. Para a média do ano, a
redução é de 50 mil barris diários, explicou a AIE em seu relatório mensal
sobre o mercado de hidrocarbonetos publicado hoje (14).
Os autores do estudo indicaram
que também levaram em consideração o encarecimento do preço do barril, que é de
cerca de 20% desde o início de setembro.
Isso significa que o consumo
médio de petróleo em 2017 será de 97,7 milhões de barris diários, 1,5 milhão de
barris a mais que em 2016.
Para 2018, a demanda ficará em
98,9 milhões de barris diários, um aumento de 1,3 milhões de barris em relação
a este ano. O número indica uma redução
de 190 mil barris em relação à previsão antecipada no relatório do mês passado.
Pelo lado da oferta, a agência
enfatizou que ela aumentou em 100 mil barris diários em outubro, para 97,5
milhões de barris, que são 470 mil barris a menos que no mesmo mês de 2016,
devido aos cortes aprovados e aplicados pela Organização dos Países
Exportadores de Petróleo (Opep).
Redução da oferta
O grau de cumprimento dos acordos
da Opep para equilibrar o mercado alcançou 96% em outubro (o maior número desde
janeiro) e chega a 87% no somatório dos dez primeiros meses do ano.
Em outubro, a oferta da Opep foi
reduzida em 80 mil barris diários, sobretudo, devido a Iraque, Argélia e
Nigéria. A produção ficou em 32,53 milhões de barris diários, o menor nível
desde maio e 830 mil barris diários a menos que no mesmo mês do ano passado.
No entanto, fora da Opep a
extração de petróleo está aumentando, essencialmente pelos Estados Unidos, A
AIE calcula que esse crescimento será de 700 mil barris diários em 2017 e de
1,4 milhão em 2018.
O relatório constata que por trás
dos aumentos de preços recentes estão as inquietações geopolíticas, em
particular os expurgos internos nos círculos de poder na Arábia Saudita e as
crescentes tensões políticas no Oriente Médio.
Em relação às reservas comerciais
dos países da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico
(OCDE), houve uma queda de 40,3 milhões de barris em setembro. Os países
ficaram, pela primeira vez em quase dois anos, abaixo do limite simbólico dos 3
bilhões de barris.
A principal razão foi o ciclone
Harvey, que causou uma paralisação nas provisões nos Estados Unidos.
Se não houver uma crise
geopolítica, a AIE não prevê uma volta à normalidade de preços que elevaria o
seu piso de US$ 50 para 60 por barril.
Com informações da Agência Brasil. Foto: Reprodução