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segunda-feira, 2 de setembro de 2024
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Trabalhadores

Pretos ou pardos são 63,7% dos desocupados no país

Pessoas pretas ou pardas representavam 54,9% do total da população brasileira de 14 anos ou mais e eram 53% dos trabalhadores ocupados no terceiro trimestre de 2017

Postado em 17 de novembro de 2017 por Victor Pimenta
Pretos ou pardos são 63
Pessoas pretas ou pardas representavam 54

Entre os 13 milhões de desocupados no país no terceiro
trimestre, 63,7% eram pretos ou pardos. Os dados constam da Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados hoje (17) e
equivalem a 8,3 milhões de pretos ou pardos sem ocupação. A taxa de desocupação
dessa parcela da população ficou em 14,6%, enquanto a de trabalhadores brancos
totalizou 9,9%.

Comportamento semelhante foi registrado na taxa de
subutilização, indicador que agrega a taxa de desocupação, de subocupação por
insuficiência de horas (menos de 40 horas semanais) e a força de trabalho
potencial.

Para o total de trabalhadores brasileiros, o índice fechou o
terceiro trimestre em 23,9%. Entre a população de pretos ou pardos, a taxa
saltou para 28,3%, enquanto entre os brancos ela ficou em 18,5%. Do total de
26,8 milhões de subutilizados, 65,8%, eram pessoas pretas ou pardas.

Trabalhadores

No terceiro trimestre de 2017, as pessoas pretas ou pardas
representavam 54,9% do total da população brasileira de 14 anos ou mais e eram
53% dos trabalhadores ocupados. No recorte racial, 52,3% dos pretos ou pardos
estavam ocupados, enquanto 56,5% dos brancos se encontravam na mesma situação.
O rendimento dos trabalhadores brancos foi de R$2.757 no período e o de
trabalhadores pretos e pardos, de R$1.531.

Em relação ao percentual de empregados do setor privado com
carteira assinada, no fechamento do terceiro trimestre do ano o dado de pretos
ou pardos chegava a 71,3%, mais baixo do que o observado para o total do setor
(75,3%). Dos 23,2 milhões de empregados pretos ou pardos do setor privado,
somente 16,6 milhões tinham carteira de trabalho assinada.

Doméstico e informal

Na distribuição da população ocupada por grupo de atividades,
a participação dos pretos e pardos era superior à dos brancos na agropecuária,
na construção, em alojamento e alimentação e, principalmente, nos serviços
domésticos, categoria em que eles representam 66% do contingente total.

A Pnad Contínua mostrou, ainda, que, no Brasil, somente 33% dos empregadores eram pretos ou pardos. Já entre os trabalhadores por conta própria, essa população representava 55,1% do total. Mais de um milhão de trabalhadores pretos ou pardos atuavam como ambulantes, totalizando 66,7% dos trabalhadores deste tipo de ocupação. O percentual de ambulantes negros foi de 2,5%. 

Análise

Na avaliação do coordenador de trabalho e rendimento do IBGE,
Cimar Azeredo, indicadores como esses revelam o tamanho da desigual do mercado
de trabalho no país. “Entre os diversos fatores [que determinam esta
desigualdade] estão a falta de experiência, de escolarização e de formação de
grande parte da população de cor preta ou parda”.

Para ele, esses números são resultados de um
processo histórico, que vem desde a época da colonização. “Claro que se avançou
muito, mais ainda tem que se avançar bastante, no sentido de dar a população de
cor preta ou parda igualdade em relação ao que temos hoje na população de cor
branca”, destaca. 

*Matéria atualizada para correção de informação: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística corrigiu o número de ambulantes negros, que foi de 2,5% no trimestre, e não de 25,2%, como informado anteriormente. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Veja)

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