O líder do Partido Social-Democrata da Alemanha (SPD), Martin Schulz, negou ter chegado a um acordo com o bloco conservador liderado pela chanceler Angela Merkel para negociar uma reedição da grande coalizão do governo. A informação é da agência alemã DPA.

“A notícia de que há uma luz verde para negociar uma grande coalizão só pode ser negada, é uma notícia falsa”, disse o político em Berlim, enfatizando que o SPD ainda não tomou nenhuma decisão e lembrando que todas as opções ainda estão sob a mesa.

“Há muitas opções para uma formação do governo e vamos falar sobre todas elasnenhum, não há automatismo para selar uma grande coalizão, deixei claro isso nos últimos dias e também ontem”, acrescentou.

Visivelmente irritado, Schulz falou que tudo o que apontou para a formação do acordo veio de fontes da União Democrata Cristã (CDU), presidida por Merkel, e censurou tal comportamento, num momento em que é necessário promover uma aproximação entre os dois principais partidos na Alemanha.

Schulz ressaltou ter dito a Merkel que a divulgação deste tipo de notícia “era inaceitável. Quem circula notícias falsas destrói a confiança”, disse.

Reunião

Schulz se encontrou na noite de quinta-feira (30) com a chanceler Angela Merkel no Palácio Bellevue para explorar as possibilidades de retomar a aliança que governou a economia líder da Europa nos últimos quatro anos.

Após este primeiro contato entre os líderes dos dois principais partidos na Alemanha, Schulz disse que na próxima segunda-feira (4) quer debater com a liderança de seu partido sobre a possibilidade de iniciar conversas com o bloco conservador para apresentar a posteriori no Congresso que a formação será celebrada no fim da semana que vem. “Temos um governo em funcionamento na Alemanha, não há pressão em termos de prazos”, disse.

Protagonismo alemão

Schulz, que entre 2012 e 2015 foi presidente do Parlamento Europeu, defendeu hoje uma re-fundação da Europa. “Precisamos de outra Europa e as iniciativas do presidente da França (Emmanuel Macron) não podem ser respondidas de Berlim com um não constante ou nada”, disse ele.

“A Alemanha deve voltar a tomar a iniciativa, deve voltar a ser a nação mais pro-europeia e não ser um mero espectador que observa o que acontece”, acrescentou Schulz.

Anteriormente, em declarações ao semanário Der Spiegel, o líder do SPD sublinhou a necessidade de a Europa ter uma política fiscal comum e um ministro das Finanças da União Europeia. (Agência Brasil)