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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Pesquisa

Serras do Sul e noroeste da Amazônia têm maior estoque de carbono no solo

Dados servem para subsidiar políticas públicas sobre planejamento territorial

Postado em 17 de dezembro de 2017 por Victor Pimenta
Serras do Sul e noroeste da Amazônia têm maior estoque de carbono no solo
Dados servem para subsidiar políticas públicas sobre planejamento territorial

Um mapa digital, produzido pela Embrapa Solos, mostra quanto
os solos brasileiros estocam de carbono. Sediada no Rio de Janeiro, a unidade
calculou a quantidade de carbono em uma profundidade de 0-30 centímetros nos
solos do país. De acordo com o levantamento, o estoque é de aproximadamente 36
bilhões de toneladas de carbono.

Por meio do mapa, foi constatado que as maiores manchas de
acúmulo de carbono acumulado estão nas serras gaúcha e de Santa Catarina e no
noroeste da Amazônia.

O pesquisador da Embrapa Solos, Gustavo Vasques, explica que
as regiões de alta altitude, como nas serras do Sul, a tendência de o carbono
acumular ocorre porque o solo degrada mais devagar devido ao frio.

Vasques informou que o estoque de carbono no solo é essencial
para redução das emissões de gases de efeito estufa, mitigação do aquecimento
global e fertilidade das terras.

De acordo com ele, em áreas agricultáveis, a alta quantidade
de carbono é um bom sinal porque os solos no Brasil são intemperizados e retêm
pouco nutriente. “Um pouco de carbono que coloca no solo já dá um bom aporte
para acumular nutrientes para as plantas”, disse.

Com dados de 1958 a 2010, o mapa reúne informações sobre
qualidade do solo, chuvas, vegetação e temperatura média do ar. Os dados servem
para subsidiar políticas públicas sobre planejamento territorial, por exemplo,
o governo tem elementos para identificar onde podem ser colocadas áreas
agrícolas com maior possibilidade de produtividade.

“É olhar onde estão manchas de carbono, onde você tem solos
que pode preservar, onde teria que botar políticas para melhorar o carbono do
solo. É como se fosse um indicador de fertilidade do solo, de qualidade em
geral, tanto para a agricultura, como para sustentar serviços ambientais e
outros usos”, disse o pesquisador.

O mapa tem resolução espacial aproximada de um quilômetro. A Embrapa Solos trabalhou durante quatro anos na elaboração do material, junto com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO), por meio da Aliança Mundial pelo Solo, da qual o Brasil faz
parte.

Antes do texto final, três versões preliminares foram
elaboradas pela Embrapa Solos em parceria com a Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro (UFRRJ). O documento brasileiro faz parte do mapa global de
carbono orgânico do solo divulgado na sede da FAO, em Roma, no início do mês.

Vasques acrescentou que a ideia é ampliar o levantamento, com
dados a respeito do teor de argila e de areia e PH do solo. 

Fonte: Agência Brasil. (Foto: Reprodução/Pat Dumas/Flickr/Creative Commons)

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