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sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Providências

Presidentes do TRF4 e do STF discutem ameaças a desembargadores

Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após reunião de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia, que preside também o Conselho Nacional de Justiça (CNJ)

Postado em 15 de janeiro de 2018 por Márcio Souza
Presidentes do TRF4 e do STF discutem ameaças a desembargadores
Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa

O presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região
(TRF4), desembargador Thompson Flores, foi hoje (15) ao gabinete da ministra
Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), para discutir
providências sobre ameaças recebidas pelos desembargadores que julgarão, no
próximo dia 24, em Porto Alegre, o recurso contra a condenação do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.

Thompson Flores deixou o STF sem falar com a imprensa, após
reunião de pouco mais de uma hora com Cármen Lúcia, que preside também o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão que tem um departamento para cuidar
da segurança de magistrados. O desembargador tem encontros marcados também com
o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, e
com a procuradora-geral da República, Raquel Dodge.

No início de janeiro, Thompson Flores enviou ofício à Cármen
Lúcia e a outros órgãos, como a Procuradoria-Geral da República (PGR) e a
Polícia Federal (PF), para que fossem investigadas as ameaças recebidas pela
internet e por telefone, direcionadas ao TRF4 e aos três desembargadores que
julgarão o recurso de Lula: João Gebran Neto, relator; Victor Laus e Leandro
Paulsen.

Na semana passada, o presidente do TRF4 assinou uma portaria
suspendendo o expediente e dispensando funcionários de comparecem ao Tribunal
no dia do julgamento de Lula. Preocupado com a segurança, ele também se reuniu
com deputados do PT, a quem pediu cooperação para manter pacíficas as
manifestações previstas em Porto Alegre, onde fica a sede da corte recursal.

Lula foi condenado pelo juiz Sérgio Moro, da primeira
instância da Justiça Federal, em julho do ano passado, a nove anos e meio de
prisão, pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O
ex-presidente foi acusado de receber propina da empreiteira OAS na forma de um
apartamento triplex no Guarujá (SP), em troca de favorecimentos em contratos na
Petrobras.

A defesa de Lula nega as acusações e afirma ter ficado
provado que Lula nunca foi nem seria proprietário do apartamento. Os advogados
do ex-presidente alegam que ele sofre uma perseguição política por intermédio
do Judiciário, numa tentativa de inviabilizá-lo politicamente, tática conhecida
como law fare. 

Com informações da Agência Brasil. Foto: Agb

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