Presidente em exercício da Câmara não crê em votação da Previdência neste ano
O governo está fazendo seu trabalho, vamos ver se o governo consegue avançar. Mas, hoje eu posso dizer a você que avançou muito pouco”, disse Ramalho
O presidente em exercício da
Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), afirmou hoje (17) que não acredita que a
reforma da Previdência seja votada este ano em plenário. Depois de participar
de cerimônia no Palácio do Planalto de liberação de recursos para programa de
educação em tempo integral, Ramalho declarou que não houve avanço na quantidade
de votos favoráveis à proposta e que a reforma pode ficar para 2019.
“É muito difícil [votar em
fevereiro] pelas conversas que eu tenho tido, pelas informações que eu tenho
tido. O governo está fazendo seu trabalho, vamos ver se o governo consegue
avançar. Mas, hoje eu posso dizer a você que avançou muito pouco”, disse
Ramalho.
O deputado afirmou que não houve
nenhum aumento no número de votos conquistados pela base aliada do governo em
favor da reforma. Até o fim do ano passado, lideranças partidárias estimavam
que a base tinha em torno de 270 votos pela reforma e a proposta só é aprovada
se tiver o apoio de pelo menos 308 deputados, em dois turnos de votação.
Para Ramalho, até fevereiro não
há tempo suficiente para convencer os parlamentares mais resistentes e discutir
a reforma com a sociedade. O deputado admite que a reforma pode ser votada
somente no ano que vem.
“O maior entrave é uma
comunicação que não chegou certa às classes mais longínquas do Brasil. Essa
comunicação não chegou como deveria chegar. E nós queremos uma reforma mais
ampla, nós vamos fazer uma reforma agora para, no ano que vem, ter que fazer
outra reforma? A gente tem que colocar isso para a população brasileira como um
debate, para que no próximo ano a gente possa fazer uma reforma que a sociedade
entenda e tenha discutido”, afirmou.
Ontem (16), o presidente da
Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também afirmou, em viagem aos Estados Unidos,
que não tem otimismo sobre a aprovação da reforma em fevereiro e que se não for
votada mês que vem, não será mais.
Cargos técnicos
O presidente em exercício da
Câmara também opinou sobre o afastamento dos quatro vice-presidentes da Caixa
Econômica Federal (CEF). Para Ramalho, o governo deveria ter demitido os 12
vices do banco desde a primeira recomendação do Ministério Público.
“Eu sou favorável à mudança desde
o início. Cargos técnicos tem que ser preenchidos tecnicamente, acho que o
presidente agiu certo em demitir, deveria ter demitido desde o início (…), mas
a mudança foi feita ainda em tempo. Eu penso que bancos, órgãos técnicos, têm
que ser compostos por pessoas técnicas, nós temos bons técnicos”, disse o
deputado.
Fonte: Agência Brasil. Foto: Reprodução